Foto: Reprodução/ TV Globo
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Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de reclusão pela morte da filha Isabella em 2008, deve ser solto nesta segunda-feira (06), após decisão judicial que concedeu a progressão para o regime aberto. A decisão, tomada pelo juiz responsável pelo caso, se baseia em um exame criminológico que atestou a aptidão de Nardoni para cumprir o restante da pena fora da prisão.

O caso Isabella Nardoni chocou o país em 2008 e teve ampla repercussão na mídia. Nardoni e sua esposa, Anna Carolina Jatobá, foram condenados pela morte da menina, que foi jogada do sexto andar do edifício em que moravam, em São Paulo. A brutalidade do crime e a relação familiar entre vítima e algozes geraram comoção social e acompanhamento intenso do caso pela mídia.

Após cumprir a última etapa necessária para a mudança de regime, Nardoni deixará a Penitenciária II, em Tremembé, São Paulo, onde se encontrava preso desde 2009. A progressão para o regime aberto impõe ao ex-condenado uma série de condições que devem ser cumpridas rigorosamente, sob pena de revogação do benefício.

Entre as medidas restritivas, Nardoni deverá:

  • Comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais para informar sobre suas atividades;
  • Obter ocupação lícita no prazo de 90 dias e comprová-la à Justiça;
  • Manter-se em sua residência durante o período de repouso noturno (entre 20h00 e 06h00), salvo com autorização judicial;
  • Comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço ou comarca;
  • Abster-se de frequentar bares, casas de jogo e outros locais incompatíveis com o benefício do regime aberto.

O exame criminológico realizado com Nardoni, concluído em março de 2024, foi fundamental para a decisão da Justiça. O laudo psicológico atesta que, apesar de negar a autoria do crime, Nardoni demonstra consciência da gravidade da acusação. A avaliação também aponta que ele mantém laços familiares consistentes e que seu comportamento em reclusão tem sido exemplar.

A soltura de Nardoni, prevista para segunda-feira (06), marca um novo capítulo no caso Isabella Nardoni. A decisão judicial, embora controversa, abre caminho para o ex-condenado reconstruir sua vida em liberdade, sob a supervisão da Justiça e com o cumprimento rigoroso das medidas restritivas impostas.

É importante ressaltar que a soltura de Nardoni não significa o fim do caso. A família de Isabella ainda busca justiça e a comoção social pelo crime permanece viva. A sociedade continuará acompanhando de perto os próximos passos de Nardoni e cobrando que ele seja responsabilizado por seus atos.