
A fabricante japonesa Panasonic está encerrando a produção de televisores no Brasil, uma linha que existe na fábrica de Manaus desde 1981. O vice-presidente da companhia, Sergei Epof, fez o comunicado há pouco às equipes, o que deve resultar num desligamento de 130 funcionários até o final do ano.
O grupo de funcionários dedicados à produção e engenharia de TVs representa cerca de 5% dos 2,4 mil funcionários da Panasonic no país, e a linha de negócio, que chegou a responder por 80% das vendas em 2011, teve uma fatia de apenas 8% no ano passado.
“Em 2012, começar a redefinir os pilares da companhia, para não depender de um produto só ou uma só unidade de negócios”, disse Epof ao Pipeline. “Além das linhas B2B, avançamos no pilar de linha branca, que vem crescendo todos os anos, e a dependência da TV e linha marrom em geral diminuindo.”
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A companhia fez o mesmo movimento em televisores em outros mercados, nos últimos cinco anos. Parte da perda de competitividade na fabricação de televisores veio com a própria tecnologia dos aparelhos e uma produção não mais verticalizada. A Panasonic, que se diferenciava pela qualidade da imagem, viu as TVs ganhando dispositivos de memória, softwares, itens que não fabrica. “Só o painel da TV é cerca de 70% do custo. Quando deixamos de fazer o painel, perdemos competitividade”, diz o executivo.
A companhia segue forte no segmento de B2B, com os grandes displays de projeção e filmagem que fizeram parte dos equipamentos das Olimpíadas, por exemplo, com a unidade de negócios voltada para a indústria automotiva e também com fabricação de pilhas e baterias, o que é feito na fábrica de São José dos Campos, sua primeira unidade no Brasil, desde 1977.
A companhia japonesa tem faturamento global de US$ 62 bilhões e não abre dados específicos sobre Brasil. Segundo o executivo, a receita cresce a dois dígitos anualmente, com exceção do ano passado, devido ao impacto da pandemia. A fatia do Brasil vem se mantendo estável na composição global em volume de negócios, com algum impacto em receita devido ao impacto da pandemia. A fatia do Brasil vem se mantendo estável na composição global em volume de negócios, com algum impacto em receita devido ao câmbio, afirma Epof.
Fonte: Pipeline Valor Econômico