Desigualdade no Brasil
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Nesta quarta-feira (24), a Organização Não Governamental (ONG) Anistia Internacional, divulgou um relatório que coloca o Brasil como um dos países mais desiguais do mundo.

O chamado “Estado dos direitos humanos no mundo”, divulgado anualmente, mostra um panorama sobre a garantia de direitos humanos em 155 países. O relatório estuda questões sociais, econômicas, culturais e políticas. De acordo com a análise, o Brasil se encontra em uma situação preocupante.

Segundo o texto, até dezembro de 2023, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos havia registrado mais de 3,4 milhões de denúncias de violações de direitos humanos, como racismo, violência física e psicológica e assédio sexual. Esse número representa um aumento de 41% em comparação com 2022.

Insegurança Alimentar

No ano passado, o 1% mais rico da população brasileira ainda detinha quase metade da riqueza do país. Em contraste, 21,1 milhões de pessoas passaram fome no Brasil em 2023, o equivalente a 10% da população. Segundo o relatório, famílias negras são as mais prejudicadas, com 22% dos domicílios chefiados por mulheres negras em estado de fome.

No Brasil, há ainda pelo menos 215 mil pessoas sem teto, de acordo com dados da Universidade Federal.

Violência no Brasil

O relatório da Anistia Internacional desta ainda o uso excessivo e desnecessário da força no Brasil. Os dados vêm de encontro ao fato de o governo não ter dado a devida importância às medidas para reduzir a violência policial, como o uso de câmaras corporais. A ONG documentou 11 casos de violações graves dos direitos humanos por agentes do Estado brasileiros, como execuções extrajudiciais, entrada ilegal em residências e tortura.

Além disso, o relatório internacional mostra que a violência aumentou também dentro das escolas do Brasil. Até o final de outubro de 2023, houveram 13 ataques violentos com armas no ambiente escolar, com nove mortes. Esse número representa 30% de todos os incidentes do tipo ocorridos nos últimos 20 anos no país. De acordo com a Anistia, todos os agressores eram do sexo masculino e a maioria das vítimas era do sexo feminino.

Violência de gênero

O diagnóstico da Anistia Internacional ressaltou ainda que todo o continente americano continua registrando números absurdos de violência de gênero. A organização vê que o governo têm praticado avanços limitados na proteção aos direitos das pessoas LGBTQ+.

A comunidade foi alvo de hostilidades, discriminações, ameaças, ataques violentos e assassinatos, além de enfrentarem obstáculos ao reconhecimento legal. O Brasil é o país que mais mata pessoas transexuais. Em 2023, houve 155 mortes, sendo 145 casos de assassinatos e dez suicídios após violências ou devido à invisibilidade trans.

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