
Nesta terça-feira (23), um casal de homens gays denunciou uma papelaria que se recusou a fazer o convite do seu casamento por ser um “evento homossexual”.
Através das redes sociais, uma amiga dos noivos compartilhou um print de um conversa que o casal teve com a loja. Eles relataram que solicitaram o orçamento dos convites de seu casamento, marcado para setembro, ao ateliê. O atendimento acontecia normalmente, até o momento em que o casal mencionou os nomes dos noivos, que são dois homens.
Na publicação, a loja teria informado que não faz “convites homossexuais” e orientado os noivos a procurarem outra papelaria. Ao UOL, o casal informou que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil por crime de homofobia.
Também nas redes sociais, o casal fez diversas postagens em repúdio ao acontecimento e ainda comentou a ida à delegacia. Um deles relatou ter tido “um sentimento horrível de ir à delegacia”.
“O sentimento que eu tive pra mim ali na delegacia era que eu que tinha cometido um crime e eu que estava errado ali”, disse em publicação. De acordo com ele, os policiais não deram abertura para ele explicar e relatar o que aconteceu e, por isso, fará um novo registro do B.O.
‘Heterofobia’
Nas redes sociais, o print da conversa gerou revolta e outros usuários foram à página da empresa se manifestar contra o caso. Com isso, os donos da papelaria publicaram um vídeo no Instagram confirmando que não aceitam encomendas para “eventos homossexuais”.
Na legenda da publicação, apagada em seguida, a empresa citou “heterofobia” e disse “não aguentar mais tantas críticas e questionamentos”.
“Acho engraçado porque quem tacha as pessoas de homofóbicas dizem que as pessoas que são ‘homofóbicas’ têm que aceitar o seu posicionamento. Mas, ao mesmo tempo, não percebem que o argumento que elas usam para validar aquilo que acreditam é o mesmo argumento que as acusa também. Que nós temos que aceitar aquilo que elas são, mas as pessoas não podem aceitar que nós fazemos dessa maneira”, diz um dos proprietários, no pronunciamento que foi apagado.
Além disso, segundo o Metrópolis, nos stories os empresários ainda postaram: “Foi por conta dessa mensagem que nos tornamos homofóbicos”.
Nota do Ateliê
“Existe “heterofobia”? Tai uma pergunta que deveria ser introduzida nos livros de filosofia desse século diante de tantas barbares [sic] que temos visto. Hoje, chegamos ao nosso ápice! Não aguentamos mais ter que aguentar tantas críticas e questionamentos sobre o fato de NÃO REALIZARMOS casamentos ou eventos homossexuais, como dissemos no vídeo acima.
Quando começamos nossa empresa estabelecemos princípios dos quais lutaremos até o fim, independentemente da opinião da maioria da sociedade ou qualquer baboseira dessas que todo mundo tem falado hoje em dia. Aqui, na nossa empresa acreditamos na FAMÍLIA COMO ELA É e não estamos pedindo pra ninguém que acredita ao contrário mude de pensamento ou de posicionamento, ao contrário, se você é mulher e casou com mulher, continuem casadas, se você é homem e casou com homem, então por favor continuem casados, porém AQUI nós fazemos dessa forma e será dessa forma.
Não esqueçam que vocês pedem por uma inclusão que aceita os “diferentes” excluindo os “diferentes” de vocês. Coloco “diferentes” entre aspas porque o fato de você ser homossexual ou heterossexual não te faz melhor ou pior do que ninguém, por isso, você não merece privilégios ou benefícios por isso.
Se fossemos uma empresa que faz apenas casamentos homossexuais e não faz casamentos heterossexuais, seriamos politicamente corretos e estaríamos arrasando de orçamento da galera que assiste Globo e escuta Anita, porém AQUI NAO FUNCIONA ASSIM.
‘E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.’ Genêsis”.
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