Foto: Reprodução/TV Globo
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Desde o início da gestão de Bolsonaro, em 2019, o desmatamento nas áreas que deveriam ser protegidas na Amazônia (Unidades de Conservação e terras indígenas), aumentou 79% em comparação com os três anos anteriores, segundo análise foi feita por especialistas do Instituto Socioambiental (ISA) e obtida com exclusividade pelo g1.

Os dados foram extraídos do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), base do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) considerada a mais precisa para medir as taxas anuais. O governo já havia anunciado em novembro uma alta geral de 22% em todo bioma em comparação com o ano anterior.

A alta de 79% é referente ao desmate realizado em todos os tipos de Unidades de Conservação (UCs), sejam elas federais ou estaduais e terras indígenas da Amazônia, referentes aos estados de Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão e Acre.

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Antônio Oviedo, coordenador do Programa de Monitoramento de Áreas Protegidas do ISA, e um dos autores do relatório, avalia que além da política nacional de “desmonte” das políticas ambientais, também há um aspecto local. “Os estados também costumam travar uma guerra fiscal, flexibilizando regras e normas para atrair projetos e investimentos. Na Amazônia, isso reflete em desmatamento”.

Apesar de o agregado de desmatamento dos últimos três anos demonstrar uma forte alta, a curva do Brasil começou a subir já em 2013. Desde o início do monitoramento do Inpe, o pior ano foi 1995, com 29,1 km² de área perdida.

Entre 2004 (o segundo pior ano, quando o país tinha uma taxa de 27 mil km²) e 2012 (a mais baixa da história, com 4,5 mil km²), houve um plano de governo criado objetivamente para o combate à perda de floresta: o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Entre as medidas, estava o fortalecimento das ações de fiscalização.