Valdir Bardi
Foto: Arquivo Pessoal/Valdir Bardi

Valdir Bardi tem 37 anos de idade, e é nascido e criado em Jundiaí. Mas nos últimos anos ele tem rodado o mundo sendo treinador de goleiros. Hoje, dia 14 de janeiro, é celebrado o Dia do Treinador e trouxemos a história de Bardi para você conhecer e se inspirar.

Valdir começou sua carreira no futebol aos oito anos de idade, jogando nas categorias de base do Caxambu, em Jundiaí. “Joguei no Clube de Campo, disputava os campeonatos da CREM na época, que eram da Prefeitura”, lembra. “Descobri ali uma paixão por ser goleiro e minha mãe e os treinadores me ajudaram a apostar nisso.” Desde os 13 anos de idade, então, o jundiaiense deixou para trás as plantações da família, produtora tradicional da cidade, e se aventura pelo mundo com o futebol.

Ainda adolescente, Valdir começou a participar dos testes de times de futebol. Ele conta que fez testes para a Portuguesa, de São Paulo, e até para o Paulista, de Jundiaí. Mas atuou mesmo nas categorias de base de outros grandes times, como Ituano, Bragantino e Fluminense.

“Tive passagem por clubes no Tocantins, Paraná, mas não consegui ser atleta de futebol. Mesmo não conseguindo ser atleta, eu consegui estudar e fazer cursos sobre a área específica de treinamento de goleiro.”

Valdir Bardi
Foto: Arquivo Pessoal/Valdir Bardi

Voa, Valdir

Assim que surgiu a ideia de ser treinador de goleiros, Valdir Bardi conseguiu uma oportunidade – primeira de muitas que ainda viriam – para treinar um time na Coreia do Sul. Apesar da experiência incrível, muitos fatores, como a adaptação à cultura e a saudade da família, o trouxeram de volta para casa, para Jundiaí.

A princípio sem perspectivas, e com seu primeiro filho prestes a nascer, Valdir decidiu fundar uma academia de goleiros na cidade, a Voa Goleiro.

A Academia Voa Goleiro tinha como objetivo proporcionar experiências profissionais aos goleiros de todas as idades na região de Jundiaí. De acordo com Valdir, as aulas aconteciam em clubes da região do bairro Caxambu, e no Sindicato dos Rodoviários. Mais tarde, com apoio de amigos, conseguiram um campo especial para as aulas.

Oportunidades ao redor do mundo

Por melhor que fosse a intenção e a vontade de caminhar mais longe com a Voa Goleiro, infelizmente Valdir precisou encerrar as atividades da academia.

“Mas nunca deixei a paixão de ser treinador de goleiros de lado”, reforça.

O que ele menos esperava, era que essa sua paixão o levaria a muitos – muitos – lugares incríveis. Durante o encerramento da Voa Goleiro, o jundiaiense recebeu a oportunidade de ser treinador na Tailândia, o que abriu muitas portas. Em seus nove anos trabalhando no país, Valdir pode fazer cursos de especialização em Portugal, e ainda participou de um estágio no Hoffenheim, um time grande da Bundesliga, uma das maiores ligas de futebol do mundo. Além disso, Valdir ainda promoveu clínicas de futebol em Colorado e Nebraska, nos Estados Unidos, por dois anos.

Depois desse período, chega a pandemia, para abalar os planos de todo mundo. Neste cenário, Valdir volta para o Brasil, mas logo recebe uma chamada para ser treinador na Jordânia. Como o profissional apaixonado que é, o coach volta para a Ásia, e ainda participa de um curso de treinador de futebol licença C da EFC (órgão que regulamenta o futebol na Ásia).

Esse processo na Jordânia durou 9 meses, e Valdir voltou mais uma vez para o Brasil, com a oportunidade de ser treinador no time Fortaleza. Mas já deu para reparar que a vida profissional de Valdir é uma loucura.

“Quando penso que vou começar uma carreira de treinador no Brasil, como Coordenador do Departamento de Goleiros no Fortaleza, apareceu a oportunidade de vir para a Indonésia”, conta.

Hoje, já são 9 meses de trabalho na Indonésia, e Valdir conta que o time já está pedindo renovação de contrato. “As coisas estão acontecendo bem”.

Paixão pelo ensinar

A carreira de treinador de goleiros não é comum, mas conhecendo a história de Valdir, com certeza bate aquela vontade de saber mais! Por isso, o coach criou um blog, chamado Voa Goleiro, como sua amada academia. No blog, Bardi compartilha suas experiências e ajuda futuros jogadores.

Perguntado se alguém em sua família o incentivou a investir na carreira no esporte, Valdir conta que não se lembra de ter alguém que gostasse de futebol como ele gosta. “Acho que a paixão vem de ver os jogos de futebol na televisão. Minha mãe, percebendo, me incentivou a praticar o esporte e o gosto veio de maneira natural”, explica.

Para ele, a paixão de ensinar abriu portas que ele nem sonhava quando começou tudo, e que lhe trouxe muitas surpresas.

“A maior surpresa é que foi muito melhor do que eu esperava. A carreira de treinador me fez ter mais resiliência na vida, saber da importância de continuar estudando sempre. E de conhecer lugares que jamais imaginei”.