Serra do Japi
Foto: Divulgação/ Consórcio PCJ

Desde sua implementação em 2022, o Projeto Olhos da Serra tem mostrado resultados expressivos na preservação da Serra do Japi, em Jundiaí (SP). Realizado pelo Consórcio PCJ com patrocínio da Coca-Cola Brasil e Coca-Cola FEMSA Brasil, o projeto tem contribuído diretamente para a diminuição dos focos de incêndio na região, considerada um dos últimos refúgios de Mata Atlântica no Estado de São Paulo.

Redução dos focos de incêndio

Dados da Proteção e Defesa Civil de Jundiaí mostram uma queda significativa nas ocorrências de fogo desde o início do projeto. Em 2017, foram registrados 24 focos de incêndio. Já em 2022, ano de estreia da iniciativa, esse número caiu para 13. Até abril de 2024, apenas um foco havia sido detectado.

Tecnologia a serviço do meio ambiente

Nos primeiros anos, o monitoramento era feito via satélite, com alertas enviados por meio do Sistema Suindara, que notificava os usuários por Telegram sobre possíveis focos de calor.

Atualmente, na terceira etapa do projeto, o grande destaque é a instalação de uma câmera de alta resolução no alto da torre da Rádio Dumont FM. Com rotação de 360º e alcance de 20 km, o equipamento é integrado ao Software Pantera, desenvolvido pela Climatech Umgrauemeio. A solução, baseada em inteligência artificial, detecta focos de incêndio de forma ágil, permitindo uma resposta mais rápida das equipes. As imagens e alertas são monitorados em tempo real no Centro de Controle Operacional da Guarda Municipal de Jundiaí.

Avanço das queimadas no Brasil

O avanço do Projeto Olhos da Serra contrasta com o cenário nacional. De acordo com dados da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas, o Brasil teve mais de 30,8 bilhões de hectares queimados entre janeiro e dezembro de 2024 — área superior à da Itália. Isso representa um aumento de 79% em relação a 2023.

Esse crescimento alarmante está relacionado a um período de seca prolongada, intensificado pelo fenômeno El Niño, que reduz a umidade e torna a vegetação altamente inflamável.

Em resposta à gravidade da situação, foi sancionada em junho a Lei 15.143, que busca facilitar o enfrentamento das queimadas e desastres naturais. A nova legislação reduz a burocracia para o repasse de recursos públicos e oficializa o Fundo de Apoio à Infraestrutura para Recuperação e Adaptação a Eventos Climáticos (FIRECE).

A lei também autoriza transferências diretas do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) a estados e municípios em situação de emergência ambiental, declarada pelo Ministério do Meio Ambiente.

“Todo sistema e ação são bem-vindos”

Para Mariane Leme, coordenadora de Projetos do Consórcio PCJ e gestora do Olhos da Serra, ações preventivas são indispensáveis:

“Os focos de incêndio foram avassaladores no Brasil em 2024. Todo sistema e ação que tem como objetivo ajudar a combater as queimadas é bem-vindo, e se faz necessário para prevenção de problemas causados pelo fogo”.

Objetivos e parcerias do Olhos da Serra

O projeto tem como prioridade a preservação dos recursos hídricos e naturais da região da Serra do Japi. Entre suas ações estão:

  • Formação de brigadistas e cursos de capacitação com apoio do ICMBio;
  • Educação ambiental e reflorestamento;
  • Monitoramento de invasões à Reserva Biológica da Serra do Japi;
  • Saneamento rural, com implantação de propriedade modelo para tratamento de efluentes, resíduos e água cinza.

Criado em janeiro de 2022, o projeto inicialmente atuava apenas em Jundiaí. Na segunda etapa, passou a abranger toda a área de tombamento da Serra do Japi, incluindo Cabreúva, Cajamar e Pirapora do Bom Jesus.

Além das prefeituras desses municípios, o projeto conta com uma ampla rede de parceiros, como Guarda Municipal, Defesas Civis locais, DAE Jundiaí, Fundação Serra do Japi, Embrapa, ICMBio, Umgrauemeio, Unicamp, Instituto Cerrados, Instituto Agir Ambiental, entre outros.

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