
As recentes ameaças econômicas feitas por Donald Trump ao Brasil estão produzindo efeitos contrários ao desejado pelo ex-presidente dos Estados Unidos. Segundo o colunista Ishaan Tharoor, do The Washington Post, o “bullying de Trump contra o Brasil está saindo pela culatra”, fortalecendo politicamente o presidente Lula e gerando reações negativas até mesmo entre americanos.
Sanções impulsionam Lula e aumentam isolamento dos EUA
O jornal americano analisa as tarifas de 50% impostas por Trump sobre produtos brasileiros como uma tentativa de pressionar o governo Lula, mas que acabou tendo o efeito inverso.
“O Papai Noel chegou cedo para o presidente Lula, e o presente foi enviado por Trump por meio desse ataque desajeitado à soberania do Brasil”, afirmou um diplomata ao Post.
De acordo com a publicação, enquanto as ameaças tarifárias de Trump levaram alguns países da região a se alinhar aos EUA, a situação brasileira é diferente: “a economia brasileira é maior e mais diversificada do que a de seus vizinhos”, destaca o jornal.
Verdadeira agenda: Bolsonaro e o STF
O Washington Post ressalta que a Casa Branca não esconde suas intenções: pressionar pela suspensão dos processos contra Jair Bolsonaro e aplicar sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A ofensiva incluiu a suspensão dos vistos de Moraes, de outros magistrados e do procurador-geral Paulo Gonet.
Para um funcionário do Departamento de Estado americano, ouvido sob anonimato, a medida é um grave erro diplomático:
“É difícil conceber uma ação que o governo Trump possa tomar na relação EUA-Brasil que seja mais prejudicial à credibilidade dos EUA na promoção da democracia do que sancionar um juiz da Suprema Corte de um país estrangeiro por não gostarmos de suas opiniões judiciais.”
Popularidade de Lula em alta
O artigo destaca que a postura agressiva dos EUA tem gerado solidariedade interna ao governo brasileiro, inclusive entre setores que tradicionalmente se opõem a Lula.
“As tarifas também prejudicam os interesses das elites empresariais, que costumam ser os maiores impulsionadores da oposição conservadora a Lula”, observa o texto.
Além disso, a crise abriu espaço para Lula se fortalecer politicamente. “Agora não apenas parte de seus eleitores, mas especialmente seu outrora forte eleitorado nas comunidades financeira e empresarial, está se voltando contra eles”, disse um alto diplomata brasileiro ao jornal.
Repercussão negativa nos EUA
Nas redes sociais e na seção de comentários do jornal, leitores americanos também se mostraram críticos à postura de Trump. Um deles comentou:
“As tarifas de Trump não são instrumentos comerciais, mas sim instrumentos para satisfazer os caprichos de Trump.”
A repercussão internacional demonstra que a estratégia do ex-presidente americano, ao tentar intervir nas relações entre Brasil e EUA, pode acabar minando sua própria influência e oferecendo a Lula uma inesperada vantagem diplomática e política.
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