
Pais adotivos continuam presos após denúncias de tortura contra um menino de 10 anos em Jundiaí. O caso ganhou repercussão após o garoto relatar as agressões na escola onde estuda, no dia 12 de novembro. A Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva durante audiência de custódia realizada no dia seguinte.
Segundo o boletim de ocorrência, o menino relatou que era espancado com socos, tapas, raquetes e pedaços de madeira. Ele também teria sofrido privações de sono, higiene e alimentação. Exames médicos apontaram fraturas, hematomas e lesões abdominais, além de marcas antigas, sinais que reforçam a suspeita de tortura.
Crianças afastadas e atendimento especializado
Com a prisão decretada, o pai permanece no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Jundiaí, enquanto a mãe foi encaminhada à Cadeia Pública Feminina de Itupeva. Duas outras crianças que viviam com o casal foram acolhidas por serviços de proteção, recebendo apoio médico e psicológico. O irmão da vítima confirmou os abusos e apresentou cicatrizes compatíveis com maus-tratos.
Polícia apura participação de terceiros
As investigações continuam. A Polícia Civil busca determinar se o casal agia sozinho ou se havia conivência de outras pessoas. Além disso, estão sendo analisados o histórico da adoção e a rotina da família. Novos exames médicos foram solicitados para verificar possíveis lesões internas e complementar o inquérito.
Ministério Público deve formalizar denúncia
Com base nas provas reunidas, o Ministério Público irá definir a tipificação dos crimes, que podem incluir tortura, lesão corporal grave e maus-tratos. Vizinhos, professores, conselheiros tutelares e familiares também estão sendo ouvidos novamente para esclarecer o contexto da violência.
A Vara da Infância e Juventude acompanha o caso e avaliará periodicamente as medidas de proteção aplicadas às crianças acolhidas. As possibilidades incluem reintegração familiar ampliada ou nova adoção.