
O falecimento da cantora Preta Gil, aos 50 anos, no último domingo (20), devido a complicações do câncer colorretal, causou comoção nacional e reacendeu o debate sobre os cuidados com a saúde intestinal — especialmente entre pessoas mais jovens.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer colorretal é o segundo mais frequente entre homens e mulheres no Brasil, com cerca de 45 mil novos casos estimados anualmente. Embora tratável e frequentemente curável quando diagnosticado precocemente, ainda apresenta índices preocupantes de mortalidade.
O que é o câncer colorretal?
De acordo com o oncologista Dr. Arthur Maia Gomes Filho, do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), a doença abrange os tumores que surgem no cólon (intestino grosso) e no reto, geralmente a partir de pólipos — lesões benignas que podem evoluir para câncer.
“O câncer colorretal abrange os tumores que se desenvolvem no cólon (intestino grosso) e no reto, geralmente originados a partir de pólipos, que são pequenas lesões benignas que crescem na parede interna do intestino e que, se não forem removidas, podem evoluir para a doença. Exames de rastreamento, como a colonoscopia, permitem identificar e retirar esses pólipos precocemente, prevenindo o câncer”, explica o especialista.
O médico ressalta que o intestino não atua apenas na digestão. “Além de sua função digestiva, o intestino tem papel central na saúde geral do organismo, já que abriga o sistema nervoso entérico, com milhões de neurônios, e uma microbiota composta por trilhões de microrganismos que influenciam o metabolismo, o sistema imunológico e a produção de substâncias como serotonina e dopamina”.
Fatores de risco mais comuns
Entre os principais fatores de risco para o câncer colorretal, estão:
- Idade superior a 50 anos
- Excesso de peso
- Alimentação pobre em fibras, frutas e vegetais
- Consumo elevado de carnes processadas (salsicha, bacon, presunto, etc.)
- Ingestão frequente de carne vermelha (acima de 500g por semana)
- Tabagismo
- Consumo excessivo de álcool
- Histórico familiar da doença
- Doenças inflamatórias intestinais
- Síndromes hereditárias
“Também entram na lista de risco histórico familiar da doença, doenças inflamatórias intestinais, além de síndromes hereditárias”, afirma o médico.
Sintomas que merecem atenção
A detecção precoce do câncer colorretal aumenta significativamente as chances de cura. Os sintomas mais comuns incluem:
- Presença de sangue nas fezes
- Mudanças no hábito intestinal (diarreia e constipação alternadas)
- Dor abdominal persistente
- Perda de peso inexplicável
- Anemia sem causa aparente
- Fraqueza e cansaço
- Fezes finas ou em formato incomum
- Presença de massa abdominal em casos avançados
O diagnóstico é realizado por exames clínicos e laboratoriais, além de colonoscopia ou retossigmoidoscopia, sendo necessária biópsia para confirmação. A investigação deve ocorrer mesmo na ausência de sintomas, especialmente em pessoas com fatores de risco.
Como prevenir e tratar o câncer colorretal?
Na maioria dos casos, o tratamento envolve cirurgia para retirada da parte afetada do intestino e dos gânglios linfáticos. Dependendo do estágio e localização do tumor, pode haver necessidade de quimioterapia e/ou radioterapia. Em estágios avançados, o foco do tratamento é controlar o avanço da doença e preservar a qualidade de vida do paciente.
Para prevenção, o Dr. Arthur recomenda hábitos saudáveis:
“A prevenção é baseada, principalmente, na adoção de hábitos saudáveis. Manter uma dieta rica em frutas, verduras e fibras, praticar atividade física regularmente, evitar o tabaco, reduzir o consumo de álcool e de alimentos processados são atitudes que diminuem significativamente o risco de desenvolver a doença. Cuidar do intestino é cuidar da saúde como um todo. Com informação, atenção aos sinais do corpo e exames regulares, é possível detectar e tratar precocemente o câncer colorretal, aumentando as chances de cura e melhorando a qualidade de vida”.
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