
A vacinação é um gesto essencial, que representa responsabilidade e amor. Em Unidades de Saúde por todo o Brasil, é comum ver mães e pais segurando seus filhos com firmeza durante a aplicação de mais uma dose. A cena, embora rotineira, traduz um compromisso com a saúde coletiva.
A paralegal Laura Damacena, mãe de uma bebê de quatro meses, é exemplo desse cuidado. “A minha bebê vai fazer cinco esse mês. Eu sempre dou a vacina nela nos dias certos. A próxima ela toma agora dia 30 de outubro, a de 5 meses”, contou, em entrevista ao Tribuna de Jundiaí”.
“Acho muito importante, eu amo tomar vacina e acho super válido seguir o calendário certinho. Eu agendo e levo minha pequena nos dias certos. Dá uma dózinha tomar tanta injeção na perna, mas sabemos que é para o bem e para evitar muita doença irreversível e grave“, relata.
Por que a vacinação é tão importante?
O relato de Laura reflete a consciência de muitos pais sobre a importância da vacinação no desenvolvimento saudável das crianças. No entanto, o Brasil tem registrado queda nas coberturas vacinais, o que ameaça avanços históricos da saúde pública.
De acordo com a Dra. Aline Mendes, pediatra alergista, imunologista e professora da Faculdade de Medicina de Jundiaí, a redução nas taxas de vacinação aumenta o risco de retorno de doenças já eliminadas.
“Sarampo, paralisia infantil, outras doenças, como difteria, coqueluche, podem voltar a circular entre as pessoas. Porque as bactérias e os vírus acabam encontrando pessoas suscetíveis, que não estão protegidas pela vacinação e elas acabam voltando a circular”, explica. Casos recentes de sarampo em diversas regiões do país ilustram como a ausência de imunização pode trazer de volta doenças que estavam sob controle.
Além disso, a médica destaca que a queda no índice de vacinações podem até comprometer o sistema de saúde. “Vai ter um aumento de casos, aumento de hospitalizações, de óbitos e uma sobrecarga do sistema de saúde.”

O papel do profissional de saúde na vacinação
Para reverter o cenário de hesitação vacinal, a escuta e o acolhimento por parte dos profissionais de saúde são fundamentais. A Dra. Aline destaca que a confiança é construída com empatia e informação de qualidade.
“Você tem que combater a desinformação, e fortalecer a confiança desses pais, os atendendo de maneira empática. Acolher, ouvir quais são as preocupações, quais são as inseguranças desses pais, explicar numa linguagem acessível, de forma que eles entendam”.
A especialista exemplifica: “É importante explicar como é feita uma vacina, quais são os estudos feitos para garantir a segurança, quais são as reações mais comuns que acontecem. Falar sobre as fake news, sobre o que é mentira sobre as vacinas, disponibilizar para esses pais as fontes confiáveis sobre segurança de vacinas.”
É essencial falar abertamente sobre os eventos adversos esperados e desmistificar boatos, promovendo um ambiente de acolhimento. “Isso é importante, falar sobre a importância de você conhecer de fato a verdade: o que é ciência, o que é mentira, o que é fonte não confiável, o que é mito. É fornecer informações de confiança, mas acolher esses pais. Não dizer para eles: ‘Isso aí é bobagem, não é verdade’, mas dizer para ele: ‘O que te aflige? Qual é o seu medo? Por que você tem esse medo?'”
“O pai só vai aplicar uma vacina no seu filho se ele estiver seguro disso. E para que ele esteja seguro, ele precisa confiar em um profissional que está dando a informação, confiar no local onde ele está vendo essa informação.”
Vacinas do primeiro ano: proteção essencial
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece, gratuitamente, vacinas contra doenças graves que podem ser fatais. No primeiro ano de vida, os bebês recebem doses importantes quase todos os meses.
Vacinas como a pentavalente (aos 2, 4 e 6 meses), pneumocócica, poliomielite, rotavírus e meningocócica fazem parte do esquema básico. Aos nove meses, é aplicada a vacina contra febre amarela e, ao nascer, a BCG, contra tuberculose.
Essas vacinas, disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), devem ser aplicadas no tempo certo para garantir eficácia e proteção total.
Vacinação e imunidade coletiva
Além da proteção individual, a vacinação contribui para a chamada imunidade coletiva. De acordo com a Dra. Aline, quanto mais pessoas vacinadas, menor a circulação de vírus e bactérias.
Isso protege quem não pode ser vacinado, como bebês pequenos, idosos e pessoas com baixa imunidade. “A erradicação da pólio e do sarampo só foi possível graças à vacinação em massa”, enfatiza a médica.
Amor que imuniza
Histórias como a de Laura mostram que seguir o calendário de vacinação é um ato de amor. Cada ida ao posto de saúde mostra como é importante o compromisso com a saúde da criança e da comunidade. A vacinação é mais do que uma medida de proteção: é um pacto coletivo pela vida.
 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		