Presidente da Argentina, Alberto Fernàndez(Divulgação/Casa Rosada)
Presidente da Argentina, Alberto Fernàndez(Divulgação/Casa Rosada)

Diante do crescente número de casos de infecção de Covid-19 no Brasil, a Argentina decidiu vetar a entrada de turistas brasileiros no país até, pelo menos, 8 de janeiro. Caso os números continuem crescendo em território brasileiro, a medida poderá ser prorrogada por mais um período. A medida também abrange países como Uruguai, Chile, Bolívia e Paraguai.

De acordo com o jornal argentino Lá Nación, com a nova regra, até o início de janeiro está suspensa a medida que autorizava a entrada de turistas estrangeiros de países vizinhos, entre eles o Brasil, pelos aeroportos de Ezeiza, San Fernando e Buquebus, em Buenos Aires.

Além disso, a Argentina também impôs novos requisitos para a entrada de argentinos e estrangeiros residentes no país. A partir de agora, todos precisarão apresentar o exame PCR negativo, além de permanecer sete dias em isolamento.

A decisão de voltar a endurecer as regras de circulação de pessoas pelas fronteiras ocorre num momento em que a Argentina se aproxima da marca de 1,6 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.

Segundo acompanhamento diário feito pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, o país ocupa a 12ª posição entre os que tiveram o maior número de casos confirmados até o momento. Em relação às mortes pelo vírus, a Argentina está em 11º no ranking, com mais de 42 mil óbitos.

Vacinação na Argentina

Enquanto isso, o país vizinho se prepara para iniciar a vacinação da população. Na véspera do Natal, um carregamento de 300 mil vacinas contra a Covid-19 chegou procedente da Rússia em um voo fretado pela Argentina. O lote permitirá ao país iniciar em breve uma campanha de imunização.

A vacina Sputnik V foi aprovada “em caráter de emergência” na quarta-feira (23) pelo ministério da Saúde, sendo a primeira autorização da vacina russa na América Latina, informou em um comunicado o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia, que participou no financiamento do desenvolvimento da vacina.

A decisão provocou protestos da oposição no parlamento argentino, que questionou o governo sobre a compra do imunizante, que é questionado na comunidade científica internacional pela falta de dados objetivos sobre sua eficácia.

A vacina está em fase 3 dos testes e já começou a ser usada na Rússia. O ministério argentino baseou-se na recomendação de “avançar na autorização emergencial” da Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT), segundo a qual “os benefícios conhecidos e potenciais para a saúde da população são maiores que a incerteza que possa existir”.

“As informações disponíveis nos dados preliminares mostram segurança e eficácia em uma faixa superior ao aceitável”, afirmou um relatório da ANMAT, no qual os processos de fabricação utilizados para o imunizante são “aceitáveis e compatíveis com a norma atual na Argentina”.

Compra de mais doses russas

Buenos Aires tem um convênio com Moscou para o fornecimento desta vacina preparada pelo Centro Nikolai Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia. O acordo com a Rússia prevê mais 19,7 milhões de doses, que serão entregues entre janeiro e fevereiro, com opção de compra a mais de 5 milhões.

A vacinação começará em todos os distritos simultaneamente, possivelmente na próxima semana, em data a ser determinada pelo presidente Alberto Fernández em conjunto com os governadores. A campanha de imunização envolverá 116 mil agentes sanitários e 7.749 estabelecimentos equipados para inocular o imunizante. Além disso, 10 mil voluntários participarão.

“Já foram compradas e pagas 22,4 milhões de doses à AztraZeneca (farmacêutica que desenvolveu a vacina com a Universidade de Oxford) e nove milhões à Covax”, um mecanismo da Organização Mundial da Saúde (OMS), ressaltou o ministro da Saúde, Ginés González García. A Argentina também aprovou a vacina da Pfizer-BioNTech e está negociando um acordo de provisão com esses laboratórios após ter participado dos testes da fase 3.

Com informações da Agência Estado.