Palhaço Chumbrega morre em Jundiaí. (Foto: Divulgação)
Palhaço Chumbrega morre em Jundiaí aos 77 anos vítima da Covid-19. (Foto: Divulgação)

O Circo brasileiro está em luto com a morte de Athos Paulo Silva Miranda, o palhaço Chumbrega.

Acrobata, equilibrista, ator, músico, trapezista e palhaço, o multifacetado artista morreu aos 77 anos, vítima da Covid-19, nesta segunda-feira (3), em Jundiaí.

Chumbrega era considerado o artista de circo mais velho em atividade e atualmente alegrava os espetáculos do Circo di Napoli, que está parado em Campo Limpo Paulista.

Ele fazia dupla com o filho, o palhaço Pankeka.  

No dia 17 de julho, Chumbrega deu entrada no Hospital de Clínicas de Campo Limpo Paulista e depois foi transferido ao Hospital de Caridade São Vicente de Paulo.

Ele ficou intubado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e conseguiu sair, porém sofreu uma inflamação nos rins na sequência e não resistiu.

“Achei que ele ia sair dessa, depois que saiu da UTI ele parecia estar bem. Foi uma perda muito grande, um palhaço que fez história”, declara a nora, Camila Stankowich, 38, que trabalha como mágica no Circo Stankowich, que está em Itupeva.

Apesar de ter muitos amigos conquistados em uma vida dedicada ao Circo, o palhaço Chumbrega não pôde ser velado pelos amigos e familiares e foi enterrado no mesmo dia do falecimento, no cemitério Bosque da Saudade, em Campo Limpo Paulista.

Homenagens

A perda de Chumbrega foi muito lamentada nas redes sociais.

Uma das homenagens partiu do amigo e ex-colega de trabalho Marcos Frota.

“Se despede hoje, com honra e dignidade, um grande artista do circo brasileiro. Obrigado, Chumbrega!”, disse o artista no vídeo divulgado nos stories do Instagram.

O Centro de Memória do Circo, de São Paulo, também expressou a tristeza pela morte do artista através de sua página no Facebook.

“O Circo está de luto, perdeu mais um de seus filhos ilustres, mais um mestre de suas artes, seus saberes e sua história. (…) Descanse em paz, Chumbrega, agora em sua eternidade. Nós que aqui ficamos te aplaudimos de pé.”

A Fundação Nacional de Artes (Funarte), por meio de sua Coordenação de Circo, vinculada ao Centro de Artes Cênicas da instituição, também lamentou o falecimento do palhaço Chumbrega.

“Chumbrega era uma pessoa excepcional. Profissional do mais alto gabarito e um ser humano generoso, amigo, conselheiro, dono de um grande coração. Agradeço a Deus por ter me permitido conviver com ele e por ter ouvido suas histórias e aprendido com sua sabedoria. Deixará saudades e um legado de honra, honestidade e amor pelo circo, pelo público, pela família, pelos amigos e pela vida. Chumbrega, você merece todos os nossos aplausos!”, destacou Marco Strapazzon, ilusionista do Circo Tihany Spectacular, em entrevista ao Tribuna de Jundiaí. 

História

Nascido em Birigui, São Paulo, em 1943, Athos Silva Miranda era filho de Fred Miranda e Alzira Silva, e ganhou o nome de palhaço Chumbrega do tio Granval Galeguito, também artista circense. 

Trabalhou nos maiores circos brasileiros: Di Roma, Vostok, Spacial, Charles Barry, Stankowich, Beto Carrero e Marcos Frota Circo Show. 

Chumbrega fazia parte da terceira geração de uma família circense, que teve início com seus avós de origem romena e austríaca. Atualmente, os filhos e netos do palhaço dão continuidade à tradição no circo, perpetuando o legado deixado por ele e seus antepassados.

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