
O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Marques, foi suspenso por 45 dias da instituição. Marques, que é de Jundiaí, foi o responsável pela produção de um relatório falso onde supôs que as mortes por Covid-19 no Brasil eram supernotificadas em 2020.
O documento, sem baseamento, ainda chegou a ser divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro em junho, e recompartilhado em massa nas redes sociais por apoiadores do governo atual.
Quando o “levantamento” surgiu, o TCU afirmou que as informações não eram legítimas, e que o material não foi feito pelo tribunal.
CPI e circulação
De acordo com Alexandre Marques, durante depoimento na CPI da Covid, o estudo paralelo foi preparado como rascunho, e em nenhum momento o auditor concluiu a supernotificação das mortes.
Além disso, ele contou que o relatório foi compartilhado com servidores do TCU no final de maio, e no dia 6 de junho, enviou o documento para seu pai, Ricardo Marques, sem informações relacionadas ao Tribunal de Contas.
Assim, no dia 7 de junho, o material chegou às mãos de Jair Bolsonaro. O relatório que foi compartilhado por bolsonaristas nas redes sociais tinha um cabeçalho com identificação do TCU mas, segundo o auditor, o material que ele produziu não tinha esse detalhe. Alexandre alega que o documento passou por edição, mas ele não sabe dizer quem foi o responsável.
O auditor também negou na CPI, ter qualquer relação com a família do presidente da República. No entanto, admitiu que seu pai, Ricardo, tem “relações de contato” com Bolsonaro. Ainda de acordo com o auditor, Ricardo Marques foi indicado para ocupar o cargo de gerente executivo de inteligência na Petrobras.
Com a suspensão firmada pelo TCU, Alexandre Marques não deverá receber salário.
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