
À primeira vista, ela parece uma ilustração viva. Suas folhas têm tons de verde-escuro, rosa e vinho, com veios marcados e padrões tão perfeitos que muita gente duvida: “isso é natural mesmo?”. É. E o nome dessa maravilha botânica é maranta-tricolor, também conhecida como “maranta leuconeura” ou “planta rezadeira”. Ela chama atenção por sua estética incomum, mas também exige cuidados específicos. Bonita, sim — fácil, nem tanto. Quem aprende a ler os sinais dessa planta se encanta com o que ela entrega em troca.
Beleza de quadro vivo: o que torna a maranta-tricolor tão especial
A maranta-tricolor é uma planta tropical originária das florestas úmidas da América do Sul. Seu grande destaque está nas folhas estampadas, com cores vibrantes e contrastes que parecem aplicados com pincel. Além disso, ao final do dia, ela realiza um fenômeno curioso: fecha as folhas como se estivesse rezando, comportamento que deu origem ao apelido “rezadeira”.
Esse movimento é uma resposta natural à luz e umidade, e serve para reduzir a perda de água durante a noite. Observar esse gesto ao entardecer é uma experiência quase espiritual para quem cultiva.
O ambiente certo faz toda a diferença
A maranta-tricolor é uma planta de sombra úmida, ou seja, precisa de luminosidade filtrada, mas nunca sol direto. Um dos erros mais comuns é colocá-la próxima à janela ensolarada, o que leva ao surgimento de manchas marrons nas folhas ou bordas queimadas.
O ideal é cultivá-la em ambientes como:
- Salas bem iluminadas, mas sem incidência solar direta;
- Próximo de janelas voltadas para o leste ou protegidas por cortinas leves;
- Banheiros com boa ventilação e claridade.
A umidade do ar também precisa ser levada a sério. A maranta odeia ambientes secos e tende a definhar se exposta ao ar-condicionado ou ventiladores fortes. Pulverizações regulares ajudam muito.
Como regar sem exagerar
Apesar de gostar de umidade, a maranta não tolera encharcamento. O equilíbrio é delicado: o solo deve estar sempre levemente úmido, mas nunca encharcado ou com água acumulada.
Dicas práticas:
- Regue de 2 a 3 vezes por semana no verão e reduza no inverno.
- Use água filtrada ou descansada, pois a maranta é sensível ao cloro.
- Evite regar diretamente sobre as folhas para não favorecer fungos.
- Use vasos com drenagem eficiente e nunca deixe água no pratinho.
Substrato, adubação e vaso ideal
O substrato ideal para a maranta-tricolor deve ser leve, poroso e rico em matéria orgânica. Uma boa mistura inclui:
- Terra vegetal + húmus de minhoca + perlita ou areia grossa.
Adube uma vez por mês com fertilizante líquido equilibrado (NPK 10-10-10) ou específico para folhagens. O vaso deve ser proporcional à planta, com espaço para as raízes, mas sem excesso. Trocar o vaso a cada 1 ano e meio ajuda a manter o vigor e renovar o substrato.
Sinais de alerta: o que sua maranta está tentando dizer
A maranta-tricolor é expressiva — ela mostra quando algo está errado. Fique atento aos seguintes sinais:
- Folhas com pontas marrons: baixa umidade do ar ou excesso de sol.
- Folhas amarelas e murchas: excesso de água no solo.
- Folhas sem cor ou desbotadas: falta de luminosidade adequada.
- Folhas que não “rezam” mais: possível estresse ambiental ou acúmulo de sais no solo.
Ao perceber qualquer desses sintomas, vale revisar o local de cultivo, frequência de rega e qualidade da água usada.
Multiplicação e recomeço: como ter mais marantas
A maranta-tricolor pode ser multiplicada por divisão de touceiras. O melhor momento é durante o replantio, quando você pode separar partes com raízes próprias e transplantar para outro vaso.
Esse processo ajuda a manter a saúde da planta original e permite expandir o cultivo — ou até presentear alguém com uma muda cheia de significado.
Por que tanta gente desiste — e por que você não precisa
Muita gente desiste da maranta-tricolor porque ela exige atenção constante. Mas, com um pouco de paciência e observação, a recompensa vem em forma de beleza viva e movimento diário. Não é uma planta para esquecer num canto — é para acompanhar de perto, como quem cuida de um quadro vivo que muda com a luz e o tempo.
Cultivar marantas é, no fundo, um exercício de escuta. Ela fala pelas folhas, responde com cor e fecha os braços ao fim do dia — como quem diz: “já fiz o que precisava por hoje”.