O projeto “LIBRAS na Sala de Aula: Conhecendo o Mundo do Silêncio”, idealizado pela professora Diane Daniele Vieira, vem fazendo a diferença na vida das crianças da EMEB Maestro Benedito Mesquita da Silveira de Cabreúva, especialmente na do aluno Pedro Henrique Ferreira Ramos, de 11 anos, surdo desde os três anos de idade.

Diane é funcionária pública em Cabreúva desde 2014. Em 2017, o caminho dela e de Pedro se cruzaram, quando ela recebeu o convite para trabalhar a inclusão do menino em sala de aula.

“A princípio, a proposta foi valorizar a língua materna, fazer com que ele se sentisse pertencente à escola, que para ele era um universo diferente. Foi um trabalho de resgate da autoestima, um ganho social e também emocional”, diz a professora.

Diane não só incluiu Pedro nas aulas, mas promoveu a socialização dele e dos outros colegas. (Foto: Divulgação)Diane documentou todo o desenvolvimento de Pedro e também de seus colegas no aprendizado da LIBRA, a Língua Brasileira dos Sinais, em um diário de bordo. Os avanços ainda continuam, mas ela já comemora. “Agora, o Pedro se sente parte da sala de aula”.

A felicidade da Diane é compartilhada por Pedro e pelos colegas. “Eu gosto muito das aulas e também de poder me comunicar com os amigos da escola”, conta o garoto.

Kauanny de Souza Lima, de 10 anos, se inspira na atitude da professora. “Eu quero ser como a professora Diane quando crescer. Estou adorando as aulas”, reforça. A colega de Pedro também disse que o convívio com o amigo aumentou, pois agora todos se entendem.

Professora premiada

O trabalho realizado por Diane, de tão significativo na comunidade escolar, foi um dos premiados no “EDUCAB Profª Terezinha Togni: Boas Práticas na Educação”, concurso criado pelo prefeito Henrique Martin com o objetivo de valorizar os profissionais da rede municipal de ensino, melhorar a aprendizagem e reduzir a evasão escolar.

“É uma mistura de alegria, gratidão e felicidade. Estou muito feliz por ver a educação valorizada e reconhecida no município. É algo que mostra que estamos no caminho certo. Que essa ideia inspire a sociedade a olhar o próximo como alguém importante e não apenas o seu eu”, conta a professora, que ganhou R$ 20 mil reais pela iniciativa.

Além dela, a professora Cláudia Frasquetti Ferreira do Nascimento, da EMEB Miguel Elpídio da Costa, que implantou o projeto ‘Alfabetizando Ludicamente’, também foi premiada com a mesma quantia.

Ao todo foram R$ 60 mil em prêmios, divididos em duas categorias: ‘Compromisso com a Qualidade das Aprendizagens’ e ‘Desenvolvimento da Cidadania’. Além dos R$ 20 mil por professor, as escolas nas quais elas atuam também foram contempladas com R$ 10 mil reais cada.