Moradora de Itupeva reencontra irmã após 78 anos

Com a ajuda do neto e das redes sociais, Maria Aparecida Vieira (86), de Itupeva conseguiu reencontrar sua irmã, após 78 anos separadas.

A busca começou quando o neto de Maria, Wanderlei Leandro Vieira, procurou por outros parentes que moram em Guarulhos (SP), uma das cidades que Josefina Bernardes Pinheiro, a irmã, morou também. Ainda que nenhum familiar tivesse seu contato, a informação foi um ponto chave para novas pistas.

“Foi ali que tivemos o rastro, que depois que voltou do Rio de Janeiro. Ela tinha voltado para a cidade de origem, em Minas Gerais. Fomos procurando e descobrimos que ela é uma das mais conhecidas de São Lourenço. Achamos ela pelo perfil do Facebook da paróquia. Sanei todas as dúvidas, as duas são idênticas”, comentou o neto, ao g1.

Separadas desde crianças

De acordo com a história da família, após a morte do marido, a mãe de Maria Aparecida e Josefina entregou cada um dos sete filhos para outras famílias, em estados diferentes, por não ter condições de criá-los sozinha. Anos depois, as irmãs chegaram a se reencontrar no Rio de Janeiro, mas logo se afastaram novamente.

A partir daí, Maria casou e construiu a família em Itupeva, com 18 filhos e muitos netos. Ela sempre se lembrava da irmã e dizia à família que gostaria de reencontrar a irmã mais velha.

O reencontro

Graças à força de vontade do neto de Maria, esse reencontro aconteceu, no começo de junho, em Minas Gerais. “Meu neto falou: ‘eu vou pagar toda a despesa da senhora, para a senhora ir reencontrar a sua irmã’. Foi onde fui. Ela chorava, eu chorava também no encontro, porque é muito tempo, né? A gente começou a relembrar dos tempos que a gente convivia juntas. Eu tive uma grande emoção. Agora nós estamos em contato”, contou Maria.

“Foi uma coisa inimaginável, inacreditável, surreal. O sentimento quando a gente chegou e viu a minha tia avó, foi de arrepiar. Arrepiava de cima abaixo e era como se a gente tivesse encontrado parte de nós mesmos que tivesse perdido, uma emoção que a gente deixou de ter ao longo da vida”, afirma Wanderlei. “Foi um sonho da nossa avó que a gente conseguiu fazer antes de ver ela partir. E a família aumentou, agora. Descobrimos um lado enorme da família que a gente nem imaginava”, acrescenta.

Josefina, de 96 anos, também sempre teve a esperança de rever a irmã, mas sem ter muitas notícias, ficava ainda mais difícil. “A emoção é muito grande, depois de uma vida de sofrimento. Perdi minha filha de Covid-19, reencontrar minha irmã é muita felicidade.”

Com informações do g1.