A escola Orlando Zambotto, de Jarinu, recebeu um prêmio do Governo de SP por um projeto de “aluno tutor”. Neste projeto, idealizado durante a pandemia da Covid-19, os estudantes dão apoio aos outros que têm dificuldades com as atividades das aulas.
De acordo com o professor Nilmar Gabriel Gonçalves, cerca de 40% dos alunos sentiam dificuldade no acesso à internet por distância ou por falta de ferramentas, como celulares e computadores. Assim, não conseguiam participar das disciplinas da escola.
Dessa forma, a direção da escola decidiu que cada sala teria um “aluno tutor”. “Os tutores são alunos da sala que têm alguma facilidade melhor com tecnologia, até mesmo alguma aptidão para liderança. Os alunos acabaram se destacando nesse ponto e ajudando muito os professores”, explica o professor.
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Uma das alunas, Michelle Dutra, abandonou os estudos após se casar, aos 16 anos, já que o ex-marido a proibia de estudar. Depois de 15 anos, Michelle voltou à escola pelo programa Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Com a pandemia, a estudante ficou preocupada por não ter internet ou um aparelho compatível para estudar. Mas, graças ao programa da escola, Michelle recebe ajuda da tutora da sua sala.
“Já pensei tantas vezes em desistir pelas coisas que aconteciam, as dificuldades que eu passava. Às vezes, ela me ligava, me ditava as coisas, e a gente ia falando no telefone e eu ia escrevendo, porque eu não tinha como baixar os PDFs. É uma honra participar disso, estudar lá e chegar até aqui. Isso é muito importante”, relata.
Outra estudante da escola, Sabrina Pereira Ignácio tem 11 anos e havia contado para a professora que precisava subir no alto de um morro para conseguir receber o conteúdo das aulas. Assim como ela, mais 800 alunos da escola moram em zona rural e até a 12 quilômetros da instituição.
Premiação
Depois de toda a mobilização para colaborar com o ensino dos alunos, a escola recebeu o primeiro lugar no prêmio “Gestão Escolar 2020”. A cada dois anos, o concurso é promovido pelo Governo de SP, que busca valorizar boas práticas na condução do ensino no estado.
A premiação deste ano foi baseado nas instituições que conseguiram encontrar as melhoras formas de assegurar os processos de aprendizagem em meio à pandemia.
“Nós conseguimos hoje alcançar 100% de busca ativa. Então, todos os nossos alunos estão no processo de ensino, aprendizagem, estão tendo as aulas, estão conseguindo fazer e entregar os trabalhos. Estão tendo acesso a educação, que é o principal. O nosso objetivo é não deixar ninguém para trás”, explica a diretora da unidade, Camila Leme Oliveira.
Com informações do G1.
