Morador de Jarinu, conhecido por aprender sozinho seis idiomas, não resistiu à Covid

Aparecido Donizeti da Silva, de 57 anos, nasceu em Jundiaí e morava em Jarinu, era conhecido como Cido Poliglota, por ter aprendido sozinho seis idiomas, com músicas, livros e dicionários. No dia 25 de março, Aparecido não resistiu e faleceu vítima da Covid19. A causa da morte foi confirmada no dia 31 de março. Segundo informações da família, ele sentiu formigamento em partes do corpo antes da internação.

Os médicos informaram a família a situação do paciente poderia ter sido agravada por conta de uma síndrome de Guillain-Barré, que ocorre quando o sistema de defesa do corpo ataca os nervos periféricos, segundo especialistas.

A filha Shellen Grace da Silva, em entrevista ao G1, comenta que ano passado, foi um ano que passaram muito tempo em família. “2020 foi um dos anos que mais estivemos em casa, mas não sabíamos que seria nosso último ano assim, pertinho um do outro. Quando ele ficou doente foi algo muito rápido”.

Família do morador de Jarinu. (Foto: Divulgação G1 – Arquivo pessoal)

Atualmente, Cido trabalhava em uma oficina de eletrônicos e seguia os protocolos de saúde, de acordo a família. Ele apenas deixada a casa para fazer compras e buscar peças para os objetos que consertava quando o comércio na cidade estava aberto.

Novos idiomas

A filha relata que, desde pequena, o pai sintonizava estações de rádio estrangeiras, colecionava discos de vinil e livros de outros idiomas. “Pensava: ‘um dia ainda eu vou entender o que eles estão falando’. Sempre que havia a oportunidade de entrar em contato com um estrangeiro, não hesitava tentava se comunicar, sem receio. Depois de adulto, quando entrou em contato com a internet, ele descobriu um mar de possibilidades”, lembra Shellen.

A família informou que os idiomas falados por Aparecido eram inglês, francês, espanhol, italiano, alemão e japonês. A história também já foi contada pelo programa Revista de Sábado, da TV TEM, em 2014. “Aventurou-se ainda no mandarim, holandês e grego. Foi algo extraordinário conviver com um gênio, porque tudo, em pequenos detalhes, era questão de aprendizado. Nossa casa sempre foi recheada de livros. Meu pai, meu conselheiro, amigo e homem exemplar”, finaliza a filha.

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