Gabriel e a mãe Indianara
Foto: Arquivo Pessoal

A jovem Amanda Sobral criou uma vaquinha online para ajudar a família de Gabriel da Silva, de seis anos, que tem paralisia cerebral e epilepsia.

Amanda trabalhava na clínica em que Gabriel faz fisioterapia e acompanhou as dificuldades da mãe do menino de perto. “Eu vi que ele estava precisando de auxílio e senti que precisava ajudar de alguma forma. Meus amigos contribuíram bastante e foi chegando em mais pessoas. Está sendo incrível ver pessoas querendo ajudar de alguma maneira”, conta.

A família precisa de R$ 15 mil para conseguir custear os medicamentos e uma cadeira de rodas adaptada para o tratamento de Gabriel.

De acordo com a mãe, Indianara Mariana (37), ela cuida do Gabriel e dos outros filhos sozinha e mora de aluguel. A renda é complementada com a venda de pães e bolos, mas não consegue expandir o negócio por causa da rotina de tratamento extensa do filho.

“Só de medicação, a gente gasta R$ 800. Tem uma que custa R$ 8, mas ele toma seis vidros por mês e não entra como remédio de alto custo. Das 10 medicações que ele precisa, a prefeitura entrega apenas duas. O resto a gente tem que comprar”, relatou.

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Mesmo com ordem judicial, Indianara conta que as fraldas e remédios necessários não são fornecidos de forma regular pelo governo. Além disso, a cadeira de rodas adaptada que Gabriel precisa custa cerca de R$ 2 mil.

“Meu filho está se sentando em cima da coluna. Se fica no colo, é um risco que a gente corre. Ele faz terapia e tem uma vida normal. A cadeira são as minhas pernas. Ele é muito pesado. Ao mesmo tempo que eles são muito fortes, eles são muito frágeis”, explica a mãe.

Nascimento e diagnóstico

Gabriel nasceu de forma prematura, com 35 semanas. Depois de uma semana, teve convulsões durante um dia inteiro e ainda sofreu uma parada cardíaca.
“Ele não dormia, ficava durinho, chorava bastante e não abria os olhos. Com quatro meses, veio o diagnóstico. Hoje, com seis anos, ele ainda não anda e fala apenas algumas coisas. Não tem controle cervical, mas consegue dar alguns passinhos com ajuda”, conta Indianara.
De acordo com ela, o pai de Gabriel foi embora quando o menino completou um ano e quatro meses. “Eu falo que, quando a gente determina trazer um ser humano para esse mundo ‘louco’, os pais vão embora. Você trilha sozinha. Ele é minha prioridade e meu bem maior.”
Indianara ainda conta sobre o período em que precisou ficar internada por causa de um problema de saúde e teve que solicitar internação para o filho também. Isso porquê não encontrou ninguém para cuidar de Gabriel.

Nota

Em nota, a Secretaria de Saúde de Sorocaba informou que apenas quatro medicamentos estão inclusos no mandado judicial. Dois deles são fornecidos normalmente e um deles está em falta no estoque. A nota disse ainda que, assim que o remédio chegar, a mãe de Gabriel será comunicada.
Segundo a prefeitura da cidade, ainda, os medicamentos estão sendo fornecidos para 60 dias, devido à pandemia da Covid-19. Porém, informam que a mãe não comparece para retirá-los nas datas agendadas.
Enquanto isso, sobre a entrega das fraldas, foi informado que a distribuição foi normalizada e que Gabriel receberá a quantidade também dos meses em que houve falta.