Entre janeiro e abril de 2023, a rede de saúde de Jundiaí registrou mais de 20 mil faltas entre as mais de 96,3 mil vagas disponibilizadas para consultas. Os números abrangem atendimento nas UBSs, Novas UBSs e Clínicas da Família, representando perda de mais de 20%. A pediatria e a ginecologia estão entre as especialidades com atendimento na atenção básica que registraram as maiores perdas, com 24% e 21,8%, respectivamente.

“Nós temos um limite de consultas e essas faltas geram prejuízo na assistência e para a própria pessoa que tem seu cuidado em saúde interrompido, perda de oportunidade para a outra que poderia estar utilizando essa vaga e também para o serviço que não consegue fazer o agendamento de outro usuário”, comenta a gerente da Nova UBS Traviú, Thais Patrícia Xavier.

A situação é semelhante nos ambulatórios. De acordo com a Unidade de Gestão de Promoção de Saúde, contabilizam em média 20% de faltas em todas as especialidades médicas. A otorrinolaringologia é destaque, com 32,5% de ausências em consultas.

O gestor da Saúde, Tiago Teixera, ressalta a importância da conscientização sobre os impactos gerados pelo não comparecimento nas consultas. “Imprevistos podem ocorrer, mas sendo algo previsível, não tem motivo para o usuário não efetuar o cancelamento. É importante considerar os recursos públicos, os profissionais e, principalmente, o outro usuário que poderia ter tido sua questão de saúde atendida, além de pensar em sua própria saúde. A resolutividade dos serviços depende também da população”, observa o gestor de Promoção da Saúde, Tiago Texera.

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Ações de conscientização

A Unidade de Gestão de Promoção da Saúde atua constantemente para reverter esses índices. Dessa forma, criou ações de conscientização realizadas pelos equipamentos junto aos seus usuários.

Havendo a necessidade, os pacientes podem desmarcar as consultas na central de agendamento, no telefone (11) 4531-8670, e pessoalmente no equipamento de saúde.

Impacto em terceiros

A dona de casa Maria Alves de Almeida, que passa por atendimento na Nova UBS Traviú, nunca precisou desmarcar uma consulta, mas sabe os procedimentos, caso necessite. “Eu ligaria, sim. Sei que é ruim ficar segurando a vaga. Quando eu tenho consulta e chego no ponto e o ônibus já passou, venho até a pé, andando 40 minutos, mas não perco”, salientou.

A assistente administrativa Silvia Bertasse também sabe os prejuízos. “Não custa nada avisar, se eu sei que não conseguirei comparecer. É muito ruim, quando a pessoa simplesmente não aparece”.