
Era outubro de 2017, quando a mãe de santo, Rosana de Iansã, precisou enfrentar uma das maiores violências de intolerância religiosa: seu solo sagrado, Ilê Asè Oya Sàngó Osoosì, em Jundiaí, foi completamente incendiado.
Hoje, Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa, trouxemos novamente a história. Mas agora com a boa notícia do ressurgimento do templo, que serve de exemplo.
Na época do crime, o terreiro da mãe Rosana de Iansã já estava na região do bairro da Água Doce, há cerca de 10 anos. O terreiro recebeu o nome de três orixás (divindades africanas): Oyá, Xangô e Oxóssi. Pessoas que moram no entorno disseram terem visto dois homens pulando o muro, assim que as chamas tomaram conta do lugar. Tristemente, o fogo destruiu todos os pertences e imagens religiosas do terreiro de Rosana dos Santos, a yalorixá Rosana de Iansã.
“Não existe nada pior do que saber que o seu solo sagrado está sendo incendiado. Os bombeiros chegaram rapidamente, mas eu perdi tudo. Todos os ícones sagrados, todos os eletrodomésticos”, contou Rosana em entrevista, na ocasião.
Rosana se dedica ao Candomblé desde apenas 16 anos de idade, e sempre atuou em Jundiaí. Antes do crime, contou nunca ter sofrido ameaças. No entanto, apesar da tristeza, nem ela nem seus filhos, integrantes do terreiro, deixaram as coisas como estavam.
‘Igual à Fênix que ressurgiu, literalmente, das cinzas’
“Após o fogo ter consumido 80% do solo sagrado, no dia seguinte às ajudas começaram a chegar, foi muito mágico, foi muito Axé, foi muito a mão de Deus e dos Orixás. Em um prazo de 12 meses construímos um templo maior e melhor com doações de pessoas de bom coração, muitos que nem me conheciam”, relatou mãe Rosana ao Tribuna de Jundiaí.
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Para ela, a fé intocável e seu desejo de fazer o bem ao próximo à ajudou com “a recompensa divina” que chegou.
“Hoje eu e meus filhos honramos ainda mais da melhor maneira possível os Orixás e nossos ancestrais. Sem eles não estaríamos aqui hoje para contar nossa história de resistência. Somos igual a Fênix, que ressurgiu literalmente das cinzas.”
Além disso, depois do caso de intolerância, o templo criou a página “Tambores de Oya” no Facebook, para registrar a violação do templo sagrado, e continuar a história de resistência com outras pessoas.








