O psicanalista André Schüller, morador de Jundiaí, lança no próximo dia 18 de outubro, das 10h às 12h, o livro “Como tudo (finalmente) começou”, na Biblioteca Pública Municipal Professor Nelson Foot (Complexo Educacional e Cultural Argos, Av. Dr. Cavalcanti, 396, Centro, Jundiaí).
A obra, publicada pela editora Appris, oferece uma leitura inovadora sobre o nascimento da psicanálise, resultado de uma pesquisa histórica e documental inédita que já chamou a atenção de especialistas internacionais.
Uma nova leitura sobre Freud e sua formação
Em “Como tudo (finalmente) começou”, Schüller propõe uma releitura das origens da psicanálise ao destacar o papel decisivo da mãe, do pai e do mentor de Sigmund Freud na formação de seu pensamento e trajetória.
O autor reconstrói, com base em fontes inéditas, o ambiente familiar, social e intelectual que moldou o jovem Freud e influenciou o desenvolvimento de sua genialidade.
A narrativa entrelaça as trajetórias de Amalia Nathansohn, Jacob Freud e Josef Breuer, oferecendo ao leitor um panorama humano e histórico acessível sobre os bastidores do nascimento da psicanálise.
Segundo Schüller, “Outro ponto importante do livro toca o casamento dos pais de Freud. Descobri um registro comercial que pode lançar luz sobre os motivos dessa união, em 1855. Com base nesse documento, ganha força a hipótese de que Jacob e Amalia não se conheceram em Viena, como se costuma dizer, mas se reencontraram.”
Breuer e a influência decisiva no pensamento de Freud
Um dos aspectos mais reveladores do livro é o resgate do papel de Josef Breuer, médico vienense e mentor de Freud, cuja importância foi muitas vezes subestimada.
Schüller mostra como Breuer, profundo conhecedor do sistema nervoso, já defendia a autorregulação como princípio natural do organismo ainda na década de 1870 — momento em que Freud iniciava sua aproximação com o mestre.
O autor ressalta que essa conexão foi determinante para o desenvolvimento da teoria psicanalítica.
“Muitos historiadores não notaram que essa aproximação coincidiu justamente com esse período; ponto crucial para entender sua influência na psicanálise nascente”, explica.
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As descobertas que conectam Freud à sua origem
A pesquisa de Schüller também traz novas interpretações sobre a influência familiar na vida de Freud. Ele destaca que Amalia Nathansohn foi responsável por transmitir ao filho um ideal de ambição e projeção cultural, enquanto Jacob Freud representava a força da adaptação e da perseverança diante das adversidades.
“Essas qualidades foram absorvidas e replicadas por Freud ao longo da vida”, afirma o psicanalista, especialista em Teoria Psicanalítica pela PUC-SP.
O livro também traz à tona o pouco explorado ramo materno da família Freud, apontado como essencial para compreender o desejo de conquista que marcou a personalidade do fundador da psicanálise.
Além disso, Schüller revisita os 15 anos de convivência intelectual entre Freud e Breuer, apresentando uma versão inédita para o rompimento dessa amizade e contestando a ideia de que a catarse clínica tenha surgido por acaso.
Reconhecimento internacional
O rigor e a originalidade da pesquisa levaram Schüller a ser convidado para integrar o grupo curatorial de uma nova exposição no museu dedicado a Freud, em Příbor, na atual República Tcheca, cidade natal do pai da psicanálise. O convite reforça o impacto internacional do trabalho desenvolvido pelo jundiaiense.
Sobre o autor
André Schüller é psicanalista formado pelo Instituto Sedes Sapientiae (Departamento Formação em Psicanálise), psicólogo em Jundiaí (SP) e especialista em Teoria Psicanalítica pela PUC-SP (COGEAE). Atua há 12 anos na clínica e dedica-se à pesquisa sobre os dilemas e controvérsias presentes na historiografia freudiana.
Serviço
- Lançamento: 18 de outubro, das 10h às 12h
- Local: Biblioteca Nelson Foot — Complexo Educacional e Cultural Argos, Av. Dr. Cavalcanti, 396, Centro, Jundiaí
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