
Artistas de rua: eles enxergam nas calçadas, nos semáforos e nas pessoas o seu público e o seu sustento. Alguns estão de passagem pelo local, outros estão presentes todos os dias, rigorosamente, pelas mesmas ruas. Cada qual com seu tipo de arte, esses artistas tentam arrancar sorrisos dos que passam, muitas vezes, apressados.
Na rua Barão de Jundiaí, a mais movimentada do Centro de Jundiaí e fechada apenas para pedestres, os artistas de rua estão aos montes. Em uma rápida caminhada pelo local, o Tribuna de Jundiaí conheceu dois destes artistas: Antoni Zago, de 30 anos, que se fantasia de Homem de Ferro; e o venezuelano Marcos Sanchez, de 40 anos, que canta músicas gospel e toca teclado.
Os dois, desempregados, encontraram nas ruas uma forma de entreter as pessoas e, de quebra, garantir uma renda extra. No Brasil, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego no trimestre de fevereiro a abril ficou em 12,5%, o que equivale a 13,2 milhões de pessoas.
Parte das estatísticas, Antoni viu no seu hobbie uma oportunidade de renda. “Depois que perdi o emprego é o que está me mantendo”, conta o jundiaiense, que é fã de games, super-heróis e eventos de cosplay e decidiu usar sua fantasia de Homem de Ferro pelas ruas de Jundiaí.
A fantasia, feita com EVA, fibra, luzes de led e com algumas partes frutos de impressão 3D, foi toda feita por ele e custou entre R$ 6 e 7 mil.

“Vendi o carro para investir na fantasia. Na época estava trabalhando, estabilizado. Fiz como forma de lazer”, relata o jundiaiense, que também tem uma fantasia do Homem-Aranha e agora está produzindo uma do DeadPool.
Ele está todos os dias no Centro de Jundiaí e garante que a melhor parte é animar as pessoas. “Crianças, adultos, idosos, gente de todas as idades se encantam, pedem para tirar fotos”, diz.
Antoni também participa de festas de aniversário e de alguns eventos de cosplay na região. Recentemente, animou a estreia de Homem de Ferro em um shopping de Jundiaí. “Uma multidão imensa se formou ao meu redor, foi o dia mais marcante para mim”, relata.
Da Venezuela para o Brasil
Já o venezuelano Marcos Sanchez encontrou na sua voz e no seu conhecimento em teclado a oportunidade de ganhar uma renda para se sustentar e para enviar dinheiro para sua família, que ainda vive na Venezuela.
“A situação lá é difícil. Então eu consigo, com isso, enviar dinheiro para eles. Antes eu trabalhava vendendo sorvete em São Paulo, mas a renda como artista de rua está sendo maior”, afirma.

Ele, que é evangélico, mora há um ano e sete meses em Jundiaí e canta músicas gospel como forma de levar aos outros sua religião e, de quebra, garantir uma renda. “Consigo uma média de R$ 40 a 50 por dia”, diz.
Com isso, ele espera ainda conseguir trazer sua família para cá. “Está tudo muito bagunçado no meu país, mas tenho esse intuito”, afirma.
Valorize!
Além dos dois, diariamente vários outros artistas de rua levam alegria para as ruas da cidade: palhaços, estátuas humanas, malabaristas, artistas circenses, saxofonistas, sanfonistas e tantos outros que, utilizando da criatividade e dos mais diversos instrumentos, ganham a vida se expressando.
De acordo com reportagem da Agência Brasil, “os artistas de rua já se expressavam desde a época da Grécia Antiga, passando pela Commedia dell’arte na Europa no fim da Idade Média e continuando até os dias de hoje”. Por isso, fica a deixa: valorize a arte de rua, o sustento dessas pessoas depende de nós!