
O nome do auditor do Tribunal de Contas da União, Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, virou notícia após a realização de um levantamento não oficial feito por ele, que questionava o número de mortes por Covid19 no Brasil. De acordo com o portal Metrópoles, Alexandre atua na Secretaria de Controle Externo do TCU e mora em Jundiaí.
Em uma página criada pelo auditor no Facebook, Marques divulga vídeos expondo suas opiniões políticas, endossando narrativas do governo federal, como recomendações do tratamento precoce contra Covid19. Na rede social, conta que nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, mas vivem em Jundiaí desde 2015
Assim como Marques, o presidente Jair Bolsonaro também já viveu em Terras Jundiaienses, chegando ainda a estudar por alguns anos na Escola Estadual Coronel Siqueira de Moraes, na Vila Vianelo. Constantemente, Bolsonaro cita o nome de Jundiaí nas redes sociais e em discursos.
Dados desmentidos e afastamento
Existem fatores que apontem que o auditor tem ligações com a família do presidente Jair Bolsonaro que, nesta segunda-feira (7), chegou a mencionar o relatório extraoficial sobre a “supernotificação” de mortes pela Covid, usando os dados não comprovados para certificar sua tese de que metade dos óbitos registrados como causados pelo vírus não teriam sido causados pela doença. No mesmo dia da fala, o TCU desmentiu os dados.
“Não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50%’ dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid, conforme afirmação do presidente Jair Bolsonaro”, disse o TCU em nota. Bolsonaro admitiu o erro ao atribuir os dados do tribunal no dia seguinte, mas manteve o discurso, afirmando que metade das mortes registradas como causadas pela Covid19, na verdade não foram causadas pela doeça. Ainda assim, não apresentou dados que comprovem a ideia.
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Depois de ter os dados do relatório desmentidos pelo TCU, o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques deve ser afastado de seu cargo no tribunal por pelo menos 60 dias. O corregedor do TCU, ministro Bruno Dantas, foi quem fez o pedido do afastamento.
A solicitação também proíbe que Marques entre no prédio do órgão, e um inquérito será aberto para investigar a conduta do auditor. “Isso precisará ser melhor apurado, é a manipulação da atividade fiscalizatória do TCU em razão de sentimento pessoal ou orientação política ou ideológica”, avaliou o ministro. O pedido deve ser autorizado pela presidente da Corte de Contas, a ministra Ana Arraes.