A bailarina jundiaiense, Nelly, está na final de concurso nacional de balé. (Foto: Divulgação)
A bailarina jundiaiense, Nelly, está na final de concurso nacional de balé. (Foto: Divulgação)

Jundiaí e região uni-vos para ajudar a pequena bailarina, Emanuelly Maria Bochini Souza, de 8 anos, a chegar a grande final de um concurso nacional de balé. Ela está na fase final e precisa de muitos likes na foto dela, até amanhã, para avançar e ser uma das quatro bailarinas selecionadas. LINK para curtir a foto.

A estudante do terceiro ano do Sesão, em Jundiaí, disputa contra 16 candidatos e muitos destes jovens bailarinos já são mini influenciadores com milhares de seguidores, outros são de academias importantes, como a Escola Bolshoi, de Santa Catarina.

O diferencial de Nelly, seu apelido carinhoso, é que ela possui dificuldades cognitivas bem acentuadas, como transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e o convívio diário com a epilepsia.

A mãe, Fabíola Aparecida Bochini Souza, 37 anos, diz que independente do resultado a filha já deixou uma mensagem de superação. “Trabalhei a cabecinha dela porque ela está concorrendo com jovens bailarinos de escolas que são referência no país. A gente está muito feliz por ela chegar onde chegou e é justamente essa mensagem que ela quer passar. O importante é participar e correr atrás do seu sonho”, diz a mãe que é professora.

História de superação

Desde o nascimento, a pequena Nelly se mostra uma criança pra lá de especial. A mãe, Fabíola, deu à luz a trigêmeos, mas infelizmente um não sobreviveu. Nelly e o irmão, que é autista, nasceram prematuros.

A mãe diz que a música e a dança são a vida da filha. “Desde bebezinha a música acalma ela. A gente costuma dizer que o hiperfoco dela é a dança”, diz.

Com pouco mais de 2 anos de idade, Nelly foi matriculada na academia Studio la Dance, onde tem aula de balé, jazz e sapateado. Os pais também matricularam a filha no balé e jazz do Grêmio CP, onde são sócios. Neste ano, ela começou a aula de ginástica rítmica do Time Jundiaí.

Com 3 anos de idade, Nelly atuou em seu primeiro espetáculo e em cinco anos de dança, já acumula oito peças na carreira.

Mas, a maior dificuldade de Nelly sempre foi conviver com a epilepsia desde criança. “Quando pequena chegou a convulsionar até 30 vezes em um dia. Vira e mexe ela tem crise, cerca de 3 a 4 por dia”, lamenta a mãe.

O preconceito na escola pelo atraso cognitivo e pelas epilepsias atrapalham a autoestima da jovem bailarina. “Ela consegue guardar seis ou sete coreografias, mas tem uma dificuldade imensa em disciplinas escolares básicas, como matemática e leitura. Queremos mostrar que é possível sim, com estímulo e apoio, a criança seguir seu sonho e também ir bem na escola”, afirma.

Aulas online

Com o cancelamento das aulas, inclusive das aulas de balé, Nelly tem utilizado a internet para manter os passos em dia. Veja o vídeo gravado na casa dela:

As aulas de balé e jazz do Grêmio, acontecem com a professora Luana Nolasco, que acompanha a jovem desde os 6 anos de idade. Já as aulas de sapateado na academia Studio la Dance são realizadas com a professora Fabiana Albolea. E, as aulas de ginástica rítmica, com Elisangela Santos.

Miss Campo Limpo Paulista

A avó, Lurdes Pincinatto de Souza, que é fotógrafa, fez um ensaio de Nelly com roupas de bailarina para melhorar a autoestima da neta e as enviou para o concurso de beleza de Campo Limpo Paulista, pela Ibero America.

A bailarina Nelly de Jundiaí. Foto: Lurdes Pincinatto de Souza
A bailarina Nelly clicada pela avó. Foto: Lurdes Pincinatto de Souza

Nelly foi selecionada e venceu o concurso de Miss Campo Limpo Paulista 2020, na categoria infantil. “Foi uma grande conquista que ajudou na autoestima dela”, destaca a mãe.

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