
O Presidente Jair Bolsonaro começou seu mandato de mãos dadas com alguns chefes de Estados autoritários e conservadores. Acreditou em uma suposta amizade com o Presidente norte americano Donald Trump, idolatrou o corrupto Primeiro Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, visitou ditadores no Oriente Médio e tentou alinhamento com países governado por líderes antidemocráticos como, Romênia, Turquia e Polônia.
As aventuras continuaram a ponto de condecorar um jovem aventureiro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela e criticou duramente Irã, China e Rússia por defender a soberania desse país. Em seus discursos vazios nas Conferências Internacionais, como na Assembleia das Nações Unidas e no Fórum de Davos, baforava seu empenho em combater o inimigo número um do mundo, segundo ele e seus mentores o tal “comunismo”.
O Presidente e seus ministros agrediam de forma irresponsável a China e a Rússia, grandes parceiros comerciais do Brasil, justamente por acreditar que essas Nações tem interesse em implantar seus sistemas por aqui ou talvez enganar os que ignorantes de plantão. Essa mascara vem caindo rapidamente, nem as aparências conseguem manter, apesar dos esforços da sua maquina de propaganda.
Se posicionando como chefe de país imperialista Bolsonaro, seus ministros e seguidores passaram a insultar a quase todos como se o cargo não fosse provisório. Remetendo-nos a lembrar da arrogância de Saddam e seus filhos em tempos áureos como ditador no Iraque. Para ser rotulado de comunista basta contestar o comportamento do Chefe do Executivo ou cobrar compromisso da missão atribuída ao Cargo para o qual foi eleito.
Até mesmo os símbolos do capitalismo moderno foram carimbados com a foice e o martelo pela ignorância dos apaixonados pela fachada patriótica travestida de “nova politica”. A euforia foi passando e a realidade continua atingindo forte o governo da falsidade, corrupção pipocando por todos os lados, inflação corroendo o poder de compras das massas, desemprego em alta, violência de vários tipos e o descaso com o meio ambiente e outras mazelas que estão nos assolando.
As fantasias das redes sociais estão esbarrando também no desalento dos jovens e nos riscos para os empresários de boa vontade e não tem poder de convencimento fora das câmaras de ecos dos apaixonados apoiadores. A guinada para o assistencialismo irrestrito antes apedrejado pelo Presidente para angariar votos de uma parcela conservadora da sociedade, atualmente é uma bandeira hasteada pela então “direita” conservadora, com justificativas demagógicas e o pior passou a eleição acabou o pão.
A postura que Jair Bolsonaro usou na cúpula dos Brics em 26 de junho desse ano para tecer elogios aos chineses, agradecer e acenar para Vladimir Putin, promover a ideia de uma aliança estratégica é uma demonstração de que o combate ao “comunismo” é uma maneira de enganar os seguidores menos informados, mesmo porque sabem que isso está apenas no imaginário popular brasileiro estimulado pelo medo de perder o que nem possuem.
Vale salientar que a China é uma Nação comandada pela ditadura do Partido Comunista e a Rússia por tradição segue os princípios da Revolução Marxista e são Nações que não defendem a liberdade religiosa. As Forças Armadas brasileiras sempre apostaram no fantasma do comunismo para justificar o seu duvidoso patriotismo e manter o seu alinhamento com o pensamento norte americano e servir de capatazes das oligarquias nacionais que segregam a liberdade no Brasil desde a queda da Monarquia.
Durante uma visita do Chefe do Executivo brasileiro a Moscou, os elogios ao Líder russo foram extensos e afagou como um “prezado amigo”. Na segunda feira 27 de junho, Bolsonaro comentou que está negociando a compra de óleo diesel da Rússia, mas esqueceu de salientar que o combustível vem das refinarias de Nicolas Maduro. Estará o Brasil financiando a ditadura Bolivariana? É sabido que a Rússia e a China são aliadas fieis de Cuba e Venezuela, e o Bolsonaro obviamente deve estabelecer uma relação de amizade ou até casamento com ambos, até para demonstrar fidelidade ao canhoto da Rússia. Vale a pena vender a alma ao diabo? Realmente está claro, como os carrascos da direita não tem o que “negociar” porque são pobres, abraçou os comunistas ricos para tentar permanecer no Palácio do Planalto. Deus é Fiel.
Everton Araújo, é brasileiro, economista e professor