Casal de Jundiaí se muda para o Rio Grande do Sul para ajudar vítimas das enchentes
Foto: Arquivo Pessoal

Luis Henrique, administrador, e sua esposa Juliane, psicóloga, sempre estiveram engajados em ações sociais. Naturais do Rio de Janeiro, eles se mudaram para Jundiaí em 2022, mas decidiram transformar vidas após as notícias das fortes enchentes no Rio Grande do Sul em maio deste ano.

“De certa forma entendemos que a gente não poderia ficar sem fazer nada. Não temos desculpas, qualquer perrengue a gente vai ter nossa casa, nossa família para voltar”, explica Luis.

O sentimento de patriotismo foi um dos fatores que impulsionou o casal a tomar a decisão de ir até o estado sulista para ajudar as vítimas. “O Rio Grande do Sul também faz parte do nosso povo, é um povo brasileiro. Então de certa forma, eu preciso fazer algo, porque se fosse uma situação contrária onde São Paulo tivesse sido atingido, eu queria que alguém viesse do Rio Grande do Sul me ajudar”, compartilham.

O impacto das enchentes e a escolha de recomeçar no RS

Quando chegaram ao Rio Grande do Sul, em junho, o cenário era desolador. As cidades estavam cobertas por lama, e o cheiro insuportável refletia a gravidade da situação. “Um cheiro insuportável de tudo de podre que você possa imaginar, tanto dejetos sanitários, quanto corpos de animais e de pessoas. Num primeiro momento foi uma situação caótica. Foi algo desesperador”, relatam Luis e Juliane.

A solidariedade do casal surpreendeu os moradores, que não acreditavam que eles haviam deixado suas vidas em Jundiaí para ajudar. “Não existe uma coisa em grande escala acontecendo. Sempre são pequenas pessoas em poucos lugares fazendo algo.”

Casal de Jundiaí se muda para o Rio Grande do Sul para ajudar vítimas das enchentes
Foto: Arquivo Pessoal

Diante da dimensão do problema e do sentimento de pertencimento à comunidade local, Luis e Juliane decidiram deixar definitivamente seus empregos em Jundiaí e permanecer no Rio Grande do Sul.

Casal de Jundiaí se muda para o Rio Grande do Sul para ajudar vítimas das enchentes
Foto: Arquivo Pessoal

A luta diária para ajudar as vítimas a recomeçar

Mesmo após meses da tragédia, o trabalho de reconstrução é árduo. “Se a gente demora 10 anos para construir uma casa, como a gente quer que em poucos meses uma família esteja bem depois de tudo o que aconteceu?”, questionam.

O casal descreve o medo que ainda assombra os moradores, especialmente com a chegada de novas chuvas. “As últimas vezes que elas ouviram uma chuva tão forte, elas perderam a casa e ficaram mais de um mês na rua.”

Além disso, a queda nas doações tem dificultado o trabalho da Força-Tarefa, grupo que Luis e Juliane fazem parte como voluntários. “Antes a gente recebia cerca de oito carretas por semana ou mais. Hoje é uma por mês. A gente ainda continua dando assistência e limpezas de casas ou empreendimentos.”

Casal de Jundiaí se muda para o Rio Grande do Sul para ajudar vítimas das enchentes
Foto: Arquivo Pessoal

Um amigo secreto para levar alegria às famílias no fim de ano

Para tentar amenizar o impacto da tragédia, a Força-Tarefa criou a ação Corações Solidários, que visa ajudar 1.000 famílias no Rio Grande do Sul com kits especiais de fim de ano. Cada kit, que custa R$ 150, inclui cesta básica, kit higiene, água potável, frango assado, refrigerante, panetone, literatura motivacional e brinquedos.

A população de Jundiaí – e de todo o Brasil – pode colaborar com a iniciativa. Doações podem ser feitas através do Pix: [email protected].

Como ajudar mais

Além da campanha Corações Solidários, o grupo também arrecada recursos para comprar mantimentos e montar cestas básicas, sempre priorizando o comércio local para estimular a economia dos pequenos empreendedores. Mais informações sobre a Força-Tarefa podem ser obtidas no Instagram: @forcatarefa_rs.