Na quinta-feira (8), o CIESP Jundiaí promoveu o Fórum NR-1: Fatores de Riscos Psicossociais, reunindo especialistas das áreas de saúde, segurança do trabalho, recursos humanos e direito para discutir as novas diretrizes legais e os desafios práticos da proteção à saúde mental nas organizações.
Com auditório lotado e recorde de inscrições, o evento foi coordenado pelos diretores da entidade Sandoval Silva (Higiene e Segurança do Trabalho), Dra. Elizabeth Broglio (Jurídico) e Vania Mazzoni (Recursos Humanos), e contou com três painéis temáticos.
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Novas responsabilidades no ambiente de trabalho
Na abertura, o diretor Sandoval Silva ressaltou a importância da nova abordagem. “Estamos diante de uma nova era de responsabilidades e cuidados com o ambiente de trabalho”, afirmou, lembrando que, a partir de 26 de maio de 2025, será obrigatória a inclusão do mapeamento dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), com aplicação de penalidades a partir de 2026.
Silva destacou ainda três mudanças principais na Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1): a inclusão explícita dos riscos ocupacionais, a integração com a NR-17 (ergonomia) e a análise da probabilidade de ocorrência desses riscos. “O risco psicossocial, assim como o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), é interdisciplinar e afeta toda a organização”, pontuou.
Painel 1: Saúde mental nas empresas
O primeiro painel contou com os médicos Dr. Carlos Henrique M. Costa e Dr. Márcio Jamariqueli, da Orion Saúde Mental, que destacaram o papel do ambiente corporativo no adoecimento psicológico.
“Quando precisamos afastar um trabalhador, falhamos na prevenção”, afirmou Dr. Carlos, enfatizando a importância do diagnóstico precoce. Ele também ressaltou a vulnerabilidade das mulheres aos transtornos mentais, devido à sobrecarga emocional.
Dr. Márcio completou: “Fatores psicossociais estão em todas as nossas relações”. Segundo ele, a má gestão do ambiente e da organização pode aumentar os riscos à saúde mental dos colaboradores.
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Painel 2: Gestão de riscos psicossociais
O segundo painel foi conduzido pelo engenheiro Sandoval Silva e pela fisioterapeuta e ergonomista Dra. Renata Celian, que abordaram os desafios do gerenciamento de riscos psicossociais na prática.
“É por meio da CIPA que conseguimos mapear riscos e implementar medidas preventivas”, destacou Silva, ao defender uma gestão contínua e participativa. Já Dra. Renata explicou que a percepção psicológica do trabalho é influenciada por múltiplos fatores — físicos, emocionais e sociais.
Ela apresentou ferramentas como o HSE-IT, utilizadas na análise ergonômica dos ambientes, ressaltando a importância da escolha adequada dos instrumentos de avaliação conforme o objetivo e o nível de complexidade da organização.
Painel 3: Perspectiva jurídica
Encerrando o evento, a Desembargadora Maria Cristina Matiolli apresentou os principais desafios jurídicos diante das novas obrigações da NR-1. “A NR-1 impõe uma nova dimensão na gestão da saúde e segurança no trabalho”, disse.
A magistrada destacou que programas de promoção de saúde mental não substituem a obrigatoriedade da avaliação de riscos psicossociais, que precisa ser feita de forma qualitativa e quantitativa. Ela também apontou a subjetividade como um dos entraves à padronização e aplicabilidade da norma, o que pode gerar inseguranças jurídicas.
“O SESI, dentro da estrutura da FIESP e CIESP, vem elaborando medidas para apoiar as indústrias, com foco na conformidade legal e no bem-estar dos trabalhadores”, explicou.
Encerramento e parcerias
Com apoio da OAB Jundiaí, Ambientec, Nova RH, Incorpore Fisioterapia e Ergonomia e AJARH, o Fórum foi encerrado com uma sessão de perguntas e respostas conduzida pela Dra. Elizabeth Broglio, consolidando o evento como um marco para o debate sobre saúde mental nas empresas.
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