
Tudo começou com a feira da EMEB Profª Clotilde Copelli de Miranda, em Jundiaí (SP), que faz parte do Projeto Político Pedagógico (PPP) da unidade e, hoje, é uma das rendas da família.
Lígia Renata Alves, mãe de Arthur, de apenas 8 anos, conta ao Tribuna de Jundiaí que o filho através da iniciativa da escola teve a ideia de criar uma papelaria. “Arthur me vendo trabalhar disse que queria uma loja pra ele, achei super legal a ideia e montamos a papelaria”, diz.
Lígia deu vida ao sonho do filho após sair de um emprego, onde ficou 20 anos, e ter passado por burnout. Nomeada de Tutui, apelido que o menino recebeu ainda bebê, Lígia conta que o menino começou a vender os itens na escola e, depois, expandiu para o Instagram. A papelaria conta com logotipo e atende online, participando de feiras e eventos.

Para ela, é uma forma do menino desenvolver novas habilidades. “Parte do que entra separo em uma conta corrente do Arthur e uso outra parte para pequenas contas, como internet e streaming que ele e o irmão gostam de assistir”, conta.
O menino logo deu seu rosto ao negócio da família no perfil do Instagram @tutuipapelaria, que surgiu em 2024, e grava vídeos com os produtos. Assista:
Como surgiu essa vontade de empreender?
Para a psicóloga Thaise Goes Carneiro, a vontade de empreender está atrelada ao crescente acesso à internet e às principais plataformas digitais, que facilitam o desenvolvimento de negócios, como a Tutui.
“Influências de pais e figuras públicas também contribuem para criar uma imagem positiva do empreendedorismo, associando-o ao sucesso e à liberdade”, explica, acrescentando que a criatividade, a resolução de problemas, a valorização do trabalho e o planejamento irão caminhar juntos.
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A psicóloga diz que ao analisar esse fenômeno do empreendedorismo precoce, é possível identificar benefícios e desafios da vivência no desenvolvimento psicológico das crianças e adolescentes, como:
- Desenvolvimento de habilidades socioemocionais: a criança fortalece a autoconfiança e autoestima ao perceber sua capacidade de tomar decisões e alcançar objetivos;
- Estimula criatividade e resolução de problemas: o empreendedorismo incentiva o pensamento criativo, o pensamento crítico e a flexibilidade diante de desafios;
- Educação financeira e organizacional: a criança aprende conceitos como preço, lucro e gestão de recursos de forma prática;
- Desenvolvimento de habilidades de comunicação e liderança: ao interagir com clientes e fornecedores, a criança desenvolve habilidades de comunicação e negociação.
No entanto, ela destaca que o empreendedorismo precoce deve ser acompanhado com cautela por um adulto, mantendo a rotina da criança e do adolescente com estudos, brincadeiras e tudo que faça parte da idade, evitando a sobrecarga emocional.
Na Tutui, Arthur é o garoto propaganda e participa de algumas ações, mas sua mãe está à frente do negócio. “Hoje eu trabalho pra ele, né”, diz aos risos, destacando que a loja se tornou um negócio familiar com todos envolvidos.
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