Pessoa segurando um vaso de barro com uma planta suculenta, enquanto um integrante do Exército aparece parcialmente ao fundo, durante ação de prevenção à dengue.
Jundiaí reforça alerta contra a dengue e intensifica ações para eliminar focos do Aedes aegypti (Foto: Prefeitura de Jundiaí)

Com as altas temperaturas e o clima úmido de dezembro, Jundiaí volta a ligar o sinal de alerta para a dengue. A combinação entre calor e chuvas cria o cenário perfeito para a reprodução do Aedes aegypti, que precisa de poucos dias e mínima quantidade de água parada para se multiplicar.

Para conter a proliferação, a Vigilância em Saúde Ambiental (VISAM), da Secretaria de Promoção da Saúde, ampliou as ações por toda a cidade — um esforço essencial em um momento em que o município já registra 7.676 casos confirmados, sendo 7.327 autóctones, segundo o Boletim Arboviroses 2025.

Campanha “Xô Dengue” percorre mais de 1 mil imóveis na cidade

Em parceria com soldados do 12º Grupo de Artilharia Antiaérea (12º GAAAe), a VISAM realizou mais uma edição da campanha “Xô Dengue”, visitando 1.190 imóveis em sete bairros. Durante o trabalho, foram encontrados 14 criadouros com potencial para se tornarem pontos de desova do mosquito.

Apesar de nenhuma larva ou pupa ter sido identificada, o município segue em estado de atenção. Para o coordenador da VISAM, médico-veterinário Luis Gustavo Grijota Nascimento, a participação da população é decisiva:

“Por isso insistimos tanto em ações simples, como eliminar água parada, manter caixas d’água fechadas e cuidar de calhas, ralos, vasos e quintais. Quando cada munícipe faz sua parte, conseguimos reduzir os potenciais focos do mosquito e evitamos que a doença, que pode ser grave, seja transmitida”, afirma.

Como o Aedes aegypti se torna um vetor

Ao contrário do que muitos imaginam, o Aedes aegypti não nasce infectado. O mosquito só se torna transmissor de dengue, Zika e chikungunya após picar uma pessoa já contaminada. A fêmea precisa de sangue para maturar seus ovos, e é nesse processo que o vírus entra no organismo e começa a se multiplicar.

Depois da ingestão do sangue infectado, o vírus leva 8 a 12 dias para alcançar as glândulas salivares do mosquito — período que varia conforme a temperatura. A partir desse momento, cada picada se torna um risco.

“Uma vez que o mosquito se infecta, ele permanece assim por toda a sua vida, que dura cerca de 30 a 40 dias. E, a partir do momento que o vírus atinge suas glândulas salivares, cada picada pode transmitir o vírus a uma nova pessoa. Em áreas com grande quantidade de mosquitos, esse mecanismo favorece a rápida expansão do ciclo de transmissão”, alerta Grijota.

Ações simples que fazem toda a diferença

A eliminação de criadouros continua sendo a forma mais eficaz de prevenir a doença. Entre as medidas essenciais estão:

  • Evitar qualquer acúmulo de água em pneus, latas, garrafas, vasos e recipientes diversos.
  • Manter pratinhos de plantas secos e higienizar regularmente os recipientes.
  • Tratar ou cobrir adequadamente piscinas que não estiverem em uso.
  • Escovar e lavar vasilhas que acumulam água com frequência.

Pequenas atitudes no dia a dia reduzem de forma significativa os focos do Aedes aegypti e ajudam a proteger toda a comunidade.