(Foto: Divulgação/HSV)
(Foto: Divulgação/HSV)

Criado no Japão para fins educacionais, o Kamishibai é um velho conhecido de homens, mulheres e crianças do país asiático. Inicialmente, com ilustrações de um lado e textos explicativos do outro, cartões contavam histórias importantes. Essas histórias ajudavam no desenvolvimento da alfabetização infantil na época de sua criação, datada de 1930. Considerado relevante e um método resolutivo para a educação, o recurso continua sendo utilizado como conteúdo didático em várias escolas e bibliotecas. Ao longo dos anos, adotaram a fórmula de sucesso mundialmente como ferramenta de gestão de processos. Entretanto, reestruturaram as funcionalidades e adaptaram para empresas.

Inserido na filosofia Lean, utilizam o Kamishibai como uma ferramenta de controle visual e gerenciamento. Assim, verificam a qualidade dentro de um processo de gestão. Primeiro, colocam uma série de cartões em um mural personalizado e selecionados aleatoriamente ou de acordo com a programação por supervisores e gerentes da área. No Hospital São Vicente de Paulo (HSV), que já segue a filosofia Lean, as equipes trabalham com a gestão de altas e altas à vista.

“A pré-alta é realizada no dia anterior a alta do paciente. Nesse momento montamos o mural e colocamos os cartões com todas as pendências para que todos os profissionais envolvidos possam resolver previamente. Temos um prazo de 24h, até menos, para realizar todas as checagens e finalizar o processo até o horário oficial da alta médica. Após esse horário, temos 1h para poder liberar esse paciente. Esse recurso aumenta o nosso giro de leito, favorece que a unidade rode mais rápido e que a equipe consiga admitir os pacientes do Pronto Socorro e do Centro Cirúrgico com mais rapidez”, explica a gerente assistencial do HSV, Grace Campos.

Funcionamento global da instituição

A profissional ainda reforça que a aplicação da ferramenta também diminui a média de permanência do hospital, reduz outros indicadores como índice de infecção, taxa de mortalidade e ocupação, melhorando assim o funcionamento global da instituição. Implantado recentemente, a unidade escolhida como piloto do projeto foi a enfermaria IV. O primeiro treinamento com as equipes aconteceu no último mês.

“Ainda estamos treinando as equipes e nos adaptando ao método. No primeiro treinamento contamos com 28 participantes, incluindo as equipes médicas da especialidade de cirurgia geral, clínica médica, neurologia e ortopedia. Esse é o primeiro passo, outros profissionais de diferentes especialidades ainda serão treinados, assim como a equipe de enfermagem, serviço social, fisioterapia, fonoaudiologia e nutrição”, conta Grace.

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