
O período de estiagem prolongada e as temperaturas recordes já impactam o abastecimento de água em diversos municípios do estado de São Paulo. Em Salto, por exemplo, o fornecimento passa a operar em esquema de rodízio a partir desta segunda-feira (29), reflexo direto da combinação entre falta de chuvas e aumento expressivo do consumo.
Na Grande São Paulo, o cenário também é preocupante. Devido à alta demanda, os reservatórios operam em níveis baixos, levando a Sabesp a emitir um comunicado pedindo economia à população. Segundo a empresa, entre os dias 14 e 20 de dezembro, o consumo médio foi de 66 mil litros de água por segundo na Região Metropolitana, saltando para 72 mil litros por segundo na véspera de Natal. No último sábado (27), a capacidade média dos reservatórios era de apenas 26,4%. Em alguns bairros, moradores relatam falta de água há mais de dois meses.
Sistema metropolitano opera em nível crítico
O Sistema Integrado Metropolitano (SIM), responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo e composto por sete mananciais, opera com capacidade crítica de armazenamento. O cenário resulta da maior seca dos últimos anos somada à onda de calor recente, que elevou o consumo de água em até 60% em alguns pontos da capital.
Diante desse quadro, o Governo de São Paulo mantém e amplia o trabalho integrado de monitoramento e prevenção à escassez hídrica. Com base em diagnósticos elaborados pela SP Águas, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) mantém o regime de prevenção e contingência, autorizando a Sabesp a realizar a gestão da demanda no período noturno, por 10 horas, das 19h às 5h. As medidas adotadas garantem economia diária equivalente a mais de 1,2 milhão de caixas d’água de 500 litros, ou 50,4 mil caixas por hora.
Dois dos principais reservatórios do estado, Alto Tietê e Cantareira, operam com volumes próximos de 20% da capacidade. Como o SIM funciona de forma integrada, conectando diferentes mananciais, adutoras e estações de tratamento, a pressão sobre um sistema pode impactar todo o conjunto, exigindo atenção permanente.
Jundiaí tem cenário positivo, mas alerta para prevenção
Em Jundiaí, a situação é diferente e apresenta saldo positivo, embora exija cautela. A DAE Jundiaí informou ao Tribuna de Jundiaí que, atualmente, a represa opera com 86% da capacidade total. “Não há, neste momento, qualquer medida de racionamento ou redução de pressão na rede, e o fornecimento segue normal”.
A companhia reforçou que segue monitorando a Represa de Acumulação e mantém ativa, de forma parcial, a reversão do Rio Atibaia, além de intensificar campanhas de uso consciente da água. As ações preventivas buscam garantir o abastecimento da cidade durante todo o período de estiagem.
A orientação é para que a população continue colaborando, evitando desperdícios e adotando hábitos simples no dia a dia, fundamentais para manter o abastecimento seguro e contínuo.
Hábitos positivos para economizar água no dia a dia
- Reduzir o tempo de banho e fechar o chuveiro ao se ensaboar
- Evitar lavar calçadas e carros com mangueira, optando por balde
- Reutilizar água da máquina de lavar para limpeza externa
- Fechar a torneira ao escovar os dentes ou lavar a louça
- Consertar vazamentos em torneiras, registros e descargas
- Usar a máquina de lavar roupas apenas com carga completa
- Regar plantas no início da manhã ou à noite, evitando evaporação