
Um pedacinho da história de Jundiaí foi resgatado. Uma planta de encanamentos e esgoto datada de 15 de novembro de 1893, que revela os primórdios do saneamento básico na cidade, foi encontrada e restaurada. O documento, considerado valioso por especialistas, estará disponível para consulta da população e pesquisadores no Acervo Digital do Arquivo Histórico de Jundiaí.
Memória de Jundiaí preservada
A planta, intitulada “Planta geral da cidade de Jundiahy – rede dos encanamentos e esgoto”, traz os nomes da DAE e da Diretoria de Obras da Prefeitura de Jundiaí da época. O centro da cidade, os bairros Anhangabaú e Vila Arens, a estrada geral para Itatiba e o rio Guapeva estão demarcados no mapa.
Ademais, o documento também traz informações sobre a rede de água e esgoto, incluindo hidrantes, válvulas de ar, válvulas de esgoto e válvulas de paradas. Uma observação interessante é que as cotas das curvas de nível se referem à altura do trilho na Estação de São Paulo Railway.

Resgate da história de Jundiaí
A iniciativa de restaurar a planta partiu do diretor-presidente da DAE Jundiaí, Walter da Costa e Silva Filho, e do Arquivo Histórico da Unidade de Gestão de Cultura da Prefeitura de Jundiaí. O trabalho de restauração durou cinco meses, realizado pelo estúdio da restauradora Elisabetta Battioli, com a coordenação do diretor do Museu Histórico e Cultural Solar do Barão, Paulo Vicentini, e do gestor Marcelo Peroni.
Segundo Vicentini, o documento é valioso. “Trata-se de uma reprodução fidedigna da planta elaborada em diferentes momentos, entre o final do século 19 e o início do século 20. Assim, sua redescoberta e restauro demonstram o compromisso das instituições municipais com a memória de Jundiaí”, avalia.
“Foi um dos trabalhos mais difíceis que tivemos e, ao mesmo tempo, fascinante. Por um mês, o mapa ficou em cima de uma mesa, para que saíssem as ondulações e os fungos, sob exposição ao ozônio e infravermelho”, detalha o restaurador técnico Sergio Jose Ribeiro, que trabalha com Elisabeta há quase 40 anos.
Futuro Museu da Água

O mapa será um dos itens do futuro Museu da Água, projeto que pretende recuperar a história do saneamento na cidade. A DAE está organizando seu acervo de fotos, vídeos e peças – como hidrômetros históricos – e conta com a colaboração da população.
“Estamos procurando fotos ou vídeos que possam nos ajudar a contar como foi a implantação das redes de água e esgoto na cidade ou que ilustrem algo sobre a história da DAE”, reforça Costa e Silva.
Acessibilidade para todos
O mapa digitalizado ficará disponível, em breve, no Acervo Digital do Arquivo Histórico, juntamente com a documentação histórica.