Terminal Vila Arens, de onde irá partir o ônibus direto para IFSP
Foto: Prefeitura de Jundiaí

Na primeira audiência pública sobre o novo modelo de concessão do transporte coletivo urbano de Jundiaí, realizada na noite desta quarta-feira (6), o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Emerson Lopes, fez um alerta sobre a situação enfrentada pelos motoristas da cidade. Diante de um plenário lotado na Câmara Municipal, ele destacou o déficit de profissionais e a falta de valorização da categoria. Assim, apontou um risco iminente de colapso no sistema caso as condições não mudem.

Déficit de motoristas e envelhecimento da categoria

O sindicalista revelou que as empresas de transporte urbano enfrentam atualmente um déficit de 18% a 20% no quadro de motoristas em todas as garagens da cidade. A situação se agrava pelo fato de que mais da metade dos motoristas em atividade já têm mais de 50 anos, o que indica a possibilidade de uma perda significativa de mão de obra qualificada nos próximos anos.

“Quem vai dirigir esses veículos?”

Durante seu discurso, ele criticou a proposta de modernização do sistema sem levar em conta os trabalhadores.

“Aparentemente no papel é um sistema muito lindo, mas quem vai operar esse sistema? Hoje nós não temos motoristas e aí eu não posso culpar só a empresa. Porque nas 12 cidades que eu atuo falta essa mão de obra”, disse Lopes.

presidente do sindicato dos rodoviários de jundiaí
Foto: Reprodução/Youtube

O sindicalista defendeu que qualquer mudança só será viável com a valorização efetiva da categoria, incluindo salários mais justos e condições dignas de trabalho.

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Outro ponto destacado foi a invisibilidade enfrentada pelos motoristas. “Eu estou vendo aqui a população pedindo um monte de coisa. Vocês deveriam pedir para essa categoria ser valorizada. Eu não vi aqui previsão de aumento de salário do motorista. Eu não vejo a população ser a favor do motorista quando a gente está em campanha salarial”, comentou o presidente.

“O que eu tenho visto aqui é o aumento da responsabilidade do motorista. A gente está no mesmo barco.”

A audiência, organizada pela Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte (UGMT), teve como objetivo ouvir a população e recolher sugestões para a elaboração do novo edital de concessão do transporte coletivo. O lançamento deste edital está previsto para outubro. O atual contrato emergencial com a empresa Auto Ônibus Três Irmãos segue vigente até julho de 2026.

Para ampliar o processo de escuta, a Prefeitura também disponibilizou um formulário on-line para consulta pública. O gestor da UGMT, José Carlos Sacramone, afirmou que novas audiências públicas acontecerão antes da publicação do edital. Segundo ele, o objetivo da administração é garantir um sistema mais eficiente, moderno e alinhado às necessidades da população.

Confira como foi a audiência: