Detentos do semiaberto fazem trabalhos de manutenção em Jundiaí
Detentos do semiaberto fazem trabalhos de manutenção em Jundiaí

A Prefeitura de Jundiaí, em convênio com a Fundação Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel (FUNAP), permite que detentos do semiaberto executem serviços de limpeza urbana e manutenção em espaços públicos no município.

“Nosso objetivo é dar a um grupo de detentos do semiaberto a chance de retornar ao convívio social e otimizar os serviços realizados na cidade. Trata-se de um complemento às ações de zeladoria que realizamos”, ressalta o prefeito Luiz Fernando Machado. 

O Departamento Central de Suprimentos e Serviços (DCSS) realiza todos repartos solicitados pelas Unidades de Gestão da Administração. Com isso a demanda é alta e necessita da ajuda dos reeducandos. 

“Atualmente, com o reforço proporcionado por esses dois trabalhadores, nós conseguimos atender demandas urgentes em até 24 horas”, garante o diretor Edimário Mendes da Silva. 

[tdj-leia-tambem]

Os detentos são responsáveis pelos reparos em peças de ferro, como portões, corrimões e grades, além de realizarem solda em caminhões quando necessário. 

Desde a assinatura do convênio, cerca de 70 reeducandos participam da iniciativa com manutenções em vários bairros da cidade, como, por exemplo, o Almerinda Chaves, que uma das equipes concretaram diversas vielas e, hoje, fazem reparos na Praça Onofre Canedo. 

Além dos reparos, o serviço de limpeza urbana foi contemplado pelo convênio, que em quatro meses de atividades, foi feita a conservação de 15 mil metros lineares em vários bairros de Jundiaí. 

A jornada de trabalho dos detentos é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, com uma hora de almoço. A Prefeitura paga diretamente à FUNAP o valor de R$ 998 por mês por cada reeducando, além de vale-alimentação e vale-transporte. 

O repasse do valor para cada reeducando é de responsabilidade da Fundação, assim como os aspectos relativos à segurança e fiscalização do serviço. 

Autoestima renovada

O serralheiro Fernando Célio Rocha, 39 anos, atua há dois meses no convênio. Ele deixa a Penitenciária de Franco da Rocha, diariamente, e parte para o DCSS, da Prefeitura de Jundiaí, onde trabalha como serralheiro. 

“Estou muito contente com essa nova rotina. Posso colocar em prática meus conhecimentos e ajudo na manutenção da cidade. Me sinto mais reintegrado à sociedade desde então”, disse.

O seu colega de trabalho, Jeferson dos Santos Mineiro, 29 anos, trabalha como pintor no local e compartilha da mesma opinião. “Acredito que esta seja uma forma de mostrar à sociedade que queremos uma segunda chance para fazer as coisas direito. O pessoal aqui do Centro nos trata com muito respeito e isso nos dá mais confiança e incentiva a gente a buscar um novo caminho”, afirmou. 

Diariamente, eles aplicam os conhecimentos que adquiriu em cursos que fez no Senai e em capacitações oferecidas pelo Governo do Estado.