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Em março de 2020, uma jundiaiense saiu às ruas durante o início da quarentena com 23 marmitas, feitas na própria casa, para alimentar moradores de rua da cidade. Acostumada a fazer parte de ações sociais, ela sonhou algo maior enquanto doava aquela comida.

Um ano depois, a iniciativa conta com 68 voluntários, doações dos mais diversos tipos e uma produção média de 150 marmitas todos os sábados, entregues para pessoas em vulnerabilidade social de Jundiaí e região.

No Dia Internacional da Mulher, o Tribuna de Jundiaí conta a história de cidadania e amor ao próximo da Luana Evelin Silva, líder da ONG “Alimentando as Ruas”.

Gerente internacional de vendas, Luana dedica o dia ao trabalho, à casa, ao marido e às tarefas cotidianas. Tudo normal para qualquer mulher, atualmente. E engana-se quem acha que acumular ações sociais e o voluntariado à agenda trouxe mais trabalho a ela. “Eu me sinto extremamente feliz e é até difícil explicar. Sempre quis isso e o retorno que temos em todas as ações é muito gratificante”, contou. “Minha vida mudou para a melhor, estou sempre cercada de pessoas boas… quando fazemos o bem, coisas boas acontecem”.

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Refeições são produzidas por voluntários e entregues nas ruas, comunidades e entidades (Foto: Arquivo Pessoal)

O Alimentando as Ruas começou com ela e o marido saindo à noite para entregar as marmitas, logo no início do combate ao novo coronavírus. “Pensei em como as pessoas que estavam em situação de rua iriam se virar já que tudo estava fechado e havia menos gente circulando. Fiz as marmitas, mas fiquei triste porque não tinha conseguido muitas. Meu marido me ajudou a entregá-las e, na semana seguinte, já estava incrementando as doações com kits de higiene, frutas e água. Um amigo se juntou a nós e aí começou tudo”, relembrou.

Engajamento

Com o uso das mídias sociais, Luana divulgou a ideia de ajudar moradores de rua e logo os amigos passaram a engrossar a iniciativa. “Fomos fazendo o trabalho, mostrando as entregas e sempre prestando contas daquilo que recebemos. Aos poucos, famílias inteiras estavam nos ajudando, preparando a comida nas casas e ajudando nas doações”.

O “exército do bem” formado pela gerente internacional de vendas conta hoje com 68 pessoas e já chegou a doar, num único dia, 400 refeições. Toda essa estrutura ajudou a expandir o serviço, que além das ruas é feito em comunidades e clínicas de reabilitação.

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Voluntariado teve início com amigos: depois, a internet ajudou a encontrar mais pessoas (Foto: Arquivo Pessoal)

“Cada grupo de voluntários faz (as marmitas) em casa, seguindo todos os protocolos sanitários. Temos uma nutricionista que acompanha todo este trabalho e recebemos também muitos relatos de agradecimento dessas pessoas, que se unem em família para um propósito maior”. A entrega das marmitas é feita em parceria com a “Abraçando as Ruas”, outra ONG voltada ao socorro de moradores de rua.

Referência

A atuação do Alimentando as Ruas é tão respeitada que passou a ser referência para ações sociais e também como apoio para outras entidades que não conseguem atender toda a demanda de pedidos. “Temos campanhas paralelas, como as doações de agasalhos e cobertores no inverno; de brinquedos no Dia das Crianças; de ração para os animais dessas pessoas em situação de rua; e de cestas básicas para famílias em vulnerabilidade social”, ressaltou Luana.

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Luana agradece toda a ajuda e se diz realizada por poder ajudar quem precisa (Foto: Arquivo Pessoal)

As doações vêm de empresas, de amigos, do comércio e de parceiros da ONG. “Sou cara de pau, mesmo. Peço para todo mundo”, brincou a líder da ONG. A ajuda dos voluntários pode ser feita de várias maneiras: produção das refeições (pontual ou frequente, dependendo da disponibilidade); doação de alimentos ou itens; doação financeira.

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Cestas básicas também são entregues para famílias em situação de vulnerabilidade (Foto: Arquivo Pessoal)

O contato pode ser feito pelas contas oficiais do Facebook ou Instagram. “Aceitamos também indicações de locais que podemos ajudar”, completou Luana.

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