
O Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina, celebrado anualmente em 29 de novembro, foi instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1977. A data simboliza um momento de reflexão sobre o histórico conflito israelo-palestino, a situação dos direitos humanos na região e os desafios enfrentados pelo povo palestino em busca de autodeterminação, dignidade e justiça.
Apesar dos esforços internacionais, a realidade na Palestina segue marcada por ocupações, deslocamentos forçados, restrições de mobilidade e violações dos direitos fundamentais. Nesse contexto, a data também se torna uma oportunidade para discutir o papel das instituições globais, das organizações civis e de cada indivíduo na construção de um futuro mais justo para a região.
Para falar sobre a data e possíveis soluções para estes problemas, convidamos Faouaz Taha, vereador nascido em Jundiaí. Faouaz é muçulmano e descendente de libaneses e defende a causa palestina.
Data também serve como lembrete importante
De acordo com Faouaz, o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina é muito mais que de conscientização. “Serve como um lembrete de que o conflito não foi resolvido e que a comunidade internacional tem um papel crucial em pressionar por uma solução pacífica e duradoura“, destaca. “Esse dia também reforça a necessidade de solidariedade global para amplificar as vozes palestinas e promover uma narrativa equilibrada e justa sobre a região.”
Ao Tribuna de Jundiaí, Taha também explica quais os maiores desafios enfrentados pelo povo palestino hoje, durante um período de conflito. Entenda:
- Deslocamento forçado: Muitas famílias foram removidas de suas terras, enfrentando condições precárias em campos de refugiados.
- Restrições de mobilidade: Checkpoints e bloqueios dificultam o acesso a serviços essenciais, como saúde e educação.
- Violência e insegurança: O conflito armado e a violência diária criam um ambiente instável e perigoso.
- Privação de recursos básicos: O bloqueio da Faixa de Gaza resulta em crises humanitárias, como falta de água potável, eletricidade e medicamentos.
- Negação de direitos básicos: Muitos palestinos vivem sem acesso pleno à justiça, autodeterminação e proteção sob leis internacionais.
O mundo todo se une pela paz
Neste momento, tanto a comunidade internacional quanto os países individualmente podem agir para colaborar com a paz na Palestina. Para Faouaz, a comunidade internacional pode se posicionar com iniciativas diplomáticas que promovam uma solução de dois estados ou alternativas viáveis e justas.
Além disso, é fundamental a defesa do respeito às leis internacionais, garantindo condenação de violações de direitos humanos e incentivando sanções a práticas ilegais. Também muito importante, a comunidade internacional pode fornecer apoio humanitário, com envio de recursos e assistência para aliviar a crise, por exemplo, e promover o diálogo inter-religioso e intercultural para despolarizar o debate e construir pontes.
Já o nosso país também tem passos que pode dar para contribuir com o bem-estar e segurança do povo palestino neste momento. “O Brasil, como um país que valoriza a diplomacia, pode liderar iniciativas regionais e globais em apoio à causa palestina e incentivar acordos por meio de organizações como a ONU”, diz Faouaz Taha.
Enquanto isso, a população tem papeis de conscientização e protesto em prol da paz pelo povo palestino, como se educar e educar outros sobre a história e as realidades do conflito, apoiar financeiramente ou voluntariamente organizações que atuam em prol dos direitos humanos na Palestina e participar de manifestações pacíficas ou campanhas de conscientização.
“O apoio à causa palestina cresceu, especialmente devido à disseminação de informações pelas redes sociais e a visibilidade dada por ativistas e organizações de direitos humanos. No entanto, ainda há muito a ser feito”, ressalta Faouaz.
“Eu deixo aqui uma mensagem para que as pessoas procurem saber de fato sobre o que acontece. Acredito que combater a desinformação é o nosso maior desafio e agradeço o espaço para falar do tema.”