
É quase uma unanimidade no meio jornalístico nos classificar como desunidos.
O crescimento das fake news e o ideologismo anti-imprensa propagado por políticos que estão mais para líderes de seitas parecem, no entanto, estreitar a força do jornalista perante seu grupo.
Quase sempre competitivos, individualistas e com suas doses de egocentrismo, os jornalistas não pareciam tão unidos nem quando, em 17 de junho de 2009, por oito votos a um, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram que o diploma de jornalismo não era obrigatório para exercer a profissão.
Todos ficaram frustrados e revoltados à época, mas nada que pudesse mudar os rumos da decisão.
Nem tudo são flores na profissão. E é tudo muito longe do ideal, ainda. Mas, a pandemia de 2020 está servindo para que uma guerra às notícias falsas, iniciada lá nas eleições de 2018, ganhe ainda mais força.
Quanto mais acreditam nos boatos do WhatsAPP em detrimento à informação apurada e redigida sob os olhos da ética jornalística, mais ganhamos força para mostrar a verdade dos fatos.
É uma guerra árdua, quase injusta. Mas é aí, nesse momento, que o jornalista se sobressai. É na contrariedade que o verdadeiro repórter cresce. Quando tudo parece perdido é que o faro perdigueiro se destaca.
Se, em outros tempos a profissão era tida como demodê, talvez seja época dela ressurgir. Mais forte. No Brasil, em São Paulo e na nossa região de Jundiaí.
Que essa reinvenção não fique apenas nas tags dos perfis das redes sociais de cada um. Que ela seja ponto de partida de um movimento duradouro para que cada um continue batendo no peito e dizendo que tem “Orgulho de Ser Jornalista”.