Foto: Arquivo Pessoal
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Mais de 2 milhões de brasileiros estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), segundo estimativas recentes. Muitos, no entanto, ainda não sabem disso. O TEA é uma condição neurológica que afeta a comunicação, o comportamento e a forma como a pessoa interage com o mundo. Nesse cenário, o diagnóstico precoce e o acompanhamento interdisciplinar tornam-se essenciais para garantir mais autonomia, desenvolvimento e qualidade de vida.

Para compreender melhor esse processo, a Tribuna de Jundiaí visitou dois centros de referência na cidade: o CETEP (Centro Terapêutico-Educacional Potencializar) e a Potencciari Clínica, especializada em Terapia Ocupacional.

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O papel da psicologia no diagnóstico do TEA

No CETEP, a psicóloga Viviane Nunes, que acumula mais de 13 anos de experiência em saúde mental, explicou como funciona a escuta clínica e a atuação da psicologia.

“É muito comum que nos procurem por ausência ou atraso da fala, seletividade alimentar e outros sintomas característicos do TEA. A intervenção sempre vai focar no máximo de autonomia e independência que esse indivíduo possa vir a ter ao longo da vida. Conforme ele cresce, o ambiente fica mais desafiador, complexo e caótico. Nós contribuímos para que ele tenha ferramentas e condições de lidar com esse ambiente, desenvolvendo habilidades para viver da melhor forma possível”, afirmou.

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A importância da terapia ocupacional

Na Potencciari, a terapeuta ocupacional Juliana Mussolini Acciari destacou como o trabalho focado em habilidades funcionais faz diferença.

“O nosso foco de atuação é a ocupação humana. Para a criança, por exemplo, trabalhamos habilidades de autocuidado: escovar os dentes, usar o banheiro, comer sozinha. Já com adultos, atuamos no suporte para organização, funcionamento em equipe e adaptação ao mercado de trabalho. Muitas vezes, pessoas com autismo são extremamente inteligentes, mas encontram barreiras em tarefas do cotidiano. A terapia ocupacional oferece esse treino e conscientização”, explicou.

História e missão das clínicas

O CETEP foi fundado em 2016 pelo psicólogo Dr. Djalma F.C.L. de Freitas e pela terapeuta ocupacional Juliana Mussolini Acciari, com a participação de alguns familiares de pacientes, tendo como objetivo oferecer atendimento personalizado para pessoas com transtornos do neurodesenvolvimento. A instituição também promove ações de conscientização, como a primeira caminhada pelo Autismo realizada na região a alguns anos.

Em 2018, a psicóloga Viviane Nunes integrou a equipe, ampliando a qualidade dos serviços, assumindo como proprietária em 2025, após período de mudanças necessárias. Já em 2023, Juliana inaugurou a Potencciari, clínica dedicada à terapia ocupacional, sem deixar de manter sua parceria com o CETEP.

Hoje, as duas instituições oferecem acompanhamento psicológico e terapêutico em todas as fases da vida, atendendo tanto pessoas típicas quanto atípicas.

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Diagnóstico precoce transforma vidas

O trabalho conjunto das equipes reforça uma premissa: informação, acolhimento e tratamento adequado fazem toda a diferença na vida das pessoas com TEA e de suas famílias. Quanto mais cedo ocorre o diagnóstico e a intervenção, maiores as chances de promover inclusão, independência e qualidade de vida.

O CETEP fica na Rua Eduardo Tomanik, 90; e a Potencciari fica na R. Rangel Pestana, 828, 81 no Edifício Jatobá.

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