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Foto: Divulgação/Mães que Acolhem

O projeto “Mães que Acolhem” surgiu de três mães de Jundiaí que se uniram para amparar crianças e adolescentes que perderam a família em meio à pandemia. Uma das fundadoras do projeto, a psicóloga Renata de Lucca Zezza, conta que souberam do primeiro caso em um grupo no WhatsApp, no dia 26 de março, sobre um adolescente e uma criança que perderam o pai, a mãe e a avó para a Covid19.

O objetivo do projeto é ajudar os chamados “órfãos do Covid19” que perderam seus pais ou tutores para a doença, até completarem 21 anos de idade. A ajuda compreende assistência psicológica, para que lidem com a perda, orientação para os trâmites de transferência da guarda e auxílio financeiro para a família que acolher o menor. Até agora, o grupo já amparou 10 órfãos de Jundiaí.

“Uma coisa que a gente pensa, e que é verdade, é que quando existe um caos todo mundo vai lá para ajudar, mais e daqui a um tempo? Quem vai assistir? Quem vai apoiar esses jovens? O nosso objetivo é dar continuidade para que eles tenham segurança para seguir”, comenta a psicóloga, ao UOL.

Para isso, contam com o apoio de Conselho Tutelar e de outras instituições da cidade, como a Instituição Casa de Nazaré, com o projeto Associação Sacolinha e com o grupo Anchieta. Através destas parcerias, recebem informações sobre menores que precisam de ajuda.

“Nós também vamos atrás de casos que ficamos sabendo pela mídia e qualquer pessoa que souber de algum menor nessa situação pode nos procurar”, explica Renata.

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Ela também destaca que uma assistente social voluntária inicialmente realiza um estudo psicossocial para conhecer as necessidades da criança e da família que a acolheu. Assim, o grupo define qual ajuda será definida para o caso, e por quanto tempo.

Trabalho voluntário

A iniciativa que começou com três mães, agora conta com o auxílio de 300 pessoas. “Criamos um cadastro de voluntários profissionais, cada interessado preenche com aquilo que pode fazer. Com isso, hoje temos psicólogos, fisioterapeutas, advogados, cabeleireiros, contador de história, assistente social, e assim vai”, conta Renata.

A princípio, o trabalho voluntário é feito somente em Jundiaí. Mas a organização já planeja criar núcleos nas cidades da região, para ampliar a ajuda para mais crianças.

Como posso ajudar?

No momento, o grupo criou uma vaquinha online para ajudar a família da Mayara, jundiaiense que morreu de Covid19 e deixou os três filho. Agora, os avós das crianças, que já tinham dois filhos, receberam os três netos e precisam de ajuda para pagar o aluguel de uma casa maior. Clique aqui e acesse a arrecadação.

Além disso, o “Mães de Acolhem” também fazem a arrecadação de cestas básicas e itens que possam ser vendidos no bazar online constantemente. Essas doações podem ser feitas de segunda a sexta, das 8h às 18h, em um sistema drive-thru na Rua Santa Maria, 412, na Ponte de São João.

Quem tiver interesse em doar qualquer quantia ou ser voluntário, pode entrar em contato diretamente pelas redes sociais do projeto.