À esquerda, Marcos Pontes entrega medalha a Mateus; à direita, Mateus estudando em casa com sua super lousa
Mateus foi 5º lugar na Olimpíada Nacional de Ciências. (Foto: Reprodução/Redes sociais e arquivo pessoal)

Essa não é a primeira vez que Mateus Eduardo Campos da Silva participa de uma cerimônia de premiação por ter se destacado entre os participantes de uma competição científica. A relação do jovem de 17 anos com olimpíadas de conhecimento é especial e de longa data.

Ele participa anualmente de olimpíadas de matemática e astronomia e frequentemente tem uma boa colocação. Ainda assim, a expectativa para a Olimpíada Nacional de Ciências não era das mais altas. “Essa foi a primeira vez que participei desta competição. Foi uma surpresa conquistar o 5º lugar; eu tenho um pouco de dificuldade em biologia, e a prova tinha questões desta disciplina”, fala Mateus, alguns dias depois de ter participado da cerimônia de premiação do dia 28 de novembro.

Além de biologia, a Olimpíada Nacional de Ciências traz assuntos de astronomia, física e química.

O professor de física e astronomia do Colégio Leonardo de Jundiaí, onde Mateus estuda, Virgílio Siqueira, garante que a prova é muito conceituada e importante para os alunos. As questões são elaboradas pelas sociedades brasileiras de astronomia, física e química e pelo Instituto Butantã.

“As últimas fases das olimpíadas de conhecimentos trazem questões muito específicas, superiores às encontradas em vestibular – quase sempre abordam assuntos de faculdade”, explica o professor.

Por isso, para os alunos que desejam participar deste tipo de competição, o treinamento é intenso. Mateus, por exemplo, não abre mão de participar de nenhuma olimpíada científica. No colégio em que estuda, o preparo para as provas é regular, no contraturno das aulas regulares.

“Eu acho que eu tenho facilidade, mas fico feliz em estar em um lugar que me incentiva e me dá autonomia. Se for talento, sempre precisa continuar a ser trabalhado”, garante Mateus.

E o 5º lugar em uma Olimpíada que participou como estreante veio para consolidar essa certeza.

“Foi incrível quando recebi a medalha do astronauta e ministro de Ciência e Tecnologia Marcos Pontes”, comemora ele, ao lado do quadro de medalhas que exibe orgulhosamente.

Mateus com quadro de medalhas
Mateus coleciona todas as medalhas em uma tabela periódica. (Foto: Arquivo pessoal)

Escola pública

A chegada de Mateus ao Colégio Leonardo de Jundiaí o ajudou a lapidar todo o talento que tem – mas o interesse pelas olimpíadas é de antes e foi por causa delas que ele garantiu bolsa 100% na escola particular da cidade.

Cursando o 6º ano na Escola Estadual Fazenda Grande, o jovem foi ouro da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, a OBMEP. No ano seguinte, ele repetiu o feito e chamou a atenção de uma associação de ex-alunos que o apresentou à administração do Colégio Leonardo.

No 8º ano, ele ingressou na unidade com bolsa garantida até o ingresso à universidade.

“Eu jamais imaginaria que, por ir bem nas olimpíadas, eu ganharia bolsa em um colégio. Isso mostra como é importante buscar por notoriedade”.

Apoio

Caçula da família, Mateus diz que o apoio dos irmãos e dos pais foi fundamental nesse processo. “Eles me levam e buscam das provas, parabenizam, estimulam”.

A escola também é um braço importante e o professor Virgílio Siqueira não esconde o orgulho de poder ajudá-lo na preparação das provas. “O Mateus veio de escola pública com um desempenho fantástico na OBMEP e continua querendo fazer todas as olimpíadas que aparecem”.

Todo o apoio que o garoto  recebe, hoje retorna a outros jovens que, assim como ele, buscam crescer através dos estudos.

“Eu diria para que eles continuem buscando, que se estiverem em escolas que não oferecem tantas oportunidades, que estudem sozinhos e não desistam. As oportunidades vão aparecer”, aconselha.

Mateus ao lado do banner da Olimpíada Nacional de Ciências
Mateus participou da cerimônia de premiação no dia 28 de novembro. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

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