Luiza e Raul.
Raul e Luiza irão representar o Brasil em feira científica (Foto: Arquivo pessoal)

Em uma entrevista exclusiva ao Tribuna de Jundiaí, os estudantes Luiza Zaiter Costa e Raul Sarria Viana Brandão, ambos de 17 anos e alunos do Colégio Degraus, em Jundiaí (SP), compartilharam a emoção de representar o Brasil na Regeneron ISEF (International Science and Engineering Fair) — a maior feira pré-universitária de ciência e engenharia do mundo, que será realizada entre os dias 10 e 16 de maio, em Columbus, Ohio (EUA).

Projeto propõe abordagem terapêutica para o câncer gástrico

A dupla integra a delegação de 13 estudantes brasileiros credenciados pela Mostratec-Liberato, com o projeto ‘Aplicação Terapêutica de Agomirs e Antagomirs no Câncer Gástrico Baseada em Análise Transcriptômica – Fase II’. A iniciativa dá continuidade a uma pesquisa anterior, na qual foram identificados miRNAs como possíveis marcadores tumorais.

Segundo Raul, a proposta nesta segunda fase foi aprofundar a investigação sobre esses miRNAs, utilizando-os como base para uma possível abordagem terapêutica. “Pensamos em como poderíamos trabalhar com esses mesmos miRNAs e propor uma alternativa para o tratamento do câncer gástrico”, contou.

Dor pessoal transformada em motivação científica

Luiza revelou que a escolha do tema tem raízes emocionais profundas. Ela perdeu o pai para o câncer de estômago e, desde então, busca transformar a dor em ciência.

“A ideia surgiu quando pensei em como poderia ajudar outras pessoas a não passar por algo semelhante”, afirmou.

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Participação na ISEF representa ápice acadêmico

Ambos os estudantes já participaram de outras feiras científicas, mas a oportunidade de representar o Brasil na ISEF é considerada por eles como o ponto alto da trajetória acadêmica até agora. “É incrível poder participar pela segunda vez consecutiva. A ISEF é a melhor experiência que já vivenciei no mundo acadêmico”, disse Luiza. Raul complementa: “Estar em um evento tão gigante, que reúne pesquisadores do mundo inteiro, representa um sentimento de realização muito grande”.

A preparação, segundo eles, tem sido intensa e constante desde o momento da classificação. Além do conteúdo técnico, os jovens se dedicam à comunicação em inglês e à apresentação do projeto a avaliadores internacionais.

Desafios científicos exigiram persistência

A orientadora da dupla, a professora Clarissa Scolastici Basso, destacou os desafios do estudo. “Encontrar a maneira de lidar com os miRNAs para usá-los como abordagem terapêutica foi uma tarefa complexa. É um ramo ainda pouco explorado da biologia moderna. Para superar isso, foi preciso muito estudo, tentativa e erro, e insistência”, explicou.

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Agradecimento à orientadora e expectativa pela troca cultural

Luiza e Raul fizeram questão de agradecer à professora Clarissa pelo apoio em todo o processo. “Tudo exigiu muita dedicação e tempo. E temos imensa gratidão à nossa orientadora, que nos guiou em cada etapa”.

Além do reconhecimento acadêmico, os estudantes também estão animados com a troca cultural que a feira proporciona. “É uma chance única de conhecer diferentes tradições e pessoas de culturas diversas. E também de conversar com pessoas mais experientes na área científica, algo que estamos ansiosos para vivenciar”, destacaram.

Ciência, emoção e esperança no maior palco da inovação

Com um projeto de alto nível e muita determinação, os jovens jundiaienses embarcam em uma jornada que une ciência, emoção e esperança — levando o nome da cidade para um dos maiores palcos da inovação científica mundial.