O curta-metragem “Dona Irene”, dirigido por Gustavo Campos, foi o grande vencedor do 5º Festival de Curtas-Metragens da Unidade de Gestão de Cultura (UGC) de Jundiaí, encerrado na noite do último domingo (27). Após dez dias de programação gratuita e intensa, o evento reafirmou o protagonismo da cidade na cena audiovisual regional.
Gravado em Jundiaí, o filme premiado conta a história de dona Irene, uma idosa que, após sofrer uma queda, desenvolve medo de sair de casa sozinha. A situação muda quando o filho contrata uma cuidadora e ela volta a explorar o mundo exterior. A protagonista é interpretada por Basilides Ortega, atriz jundiaiense de 83 anos.
“Fiquei muito feliz e honrado, sobretudo por ter sido um filme que fiz para as minhas avós Helly e Ignes, é uma grande homenagem a elas. É por isso que tem assim tanto afeto e carinho, pois ele parte de um lugar íntimo, do meu relacionamento com elas, da nossa experiência de convivência e das dificuldades que enxergo nelas em lidar com a velhice e com a perda da autonomia e da liberdade”, compartilhou Gustavo.
“Foi processo muito feliz, por ter sido realizado na minha cidade e por mostrar também muito dela em suas cenas. Há tempos eu estava de olho na abertura das inscrições do Festival, pois para mim o mais importante era exibir o filme para a comunidade em que ele foi filmado e receber os espectadores que se identificam e se relacionam de maneira muito direta com ele”.
Premiação e destaques
O festival distribuiu R$ 15 mil em prêmios, com valores que variaram de R$ 500 para os curtas da 24ª à 4ª posição, e R$ 2 mil, R$ 1,5 mil e R$ 1 mil, respectivamente, para os três primeiros colocados. Além do prêmio em dinheiro, os vencedores levaram o novo troféu do festival — uma homenagem à Ponte Torta, com design assinado por Lucas Moreira, artista da câmara setorial do Audiovisual do CMPC.
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O segundo lugar ficou com “Vermelho Urucum, Preto Jenipapo”, da produtora ZS Filmes, e o terceiro com “Cogito Ergo Sum”, dirigido por Guilherme Sai.
Estrutura ampliada e programação formativa
Esta edição contou com 30 curtas selecionados: 24 na Mostra Competitiva, exibidos entre os dias 22 e 27 de julho, e seis na Mostra Paralela, apresentados nos dias 18 e 19. A programação também incluiu seis masterclasses, realizadas aos domingos, em parceria com o programa CULTSP PRO, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
Pela primeira vez, o festival foi realizado na Sala São Paulo-Minas, a nova sala de cinema do Espaço Expressa, marco importante na consolidação da infraestrutura cultural da cidade.
Jundiaí se firma como referência audiovisual
O diretor de Cultura da UGC, William Ramos, celebrou os avanços desta edição. “O festival deste ano chega ao fim, celebrando uma programação intensa, inovadora e repleta de parcerias estratégicas. Além da construção conjunta da Cultura com o Conselho, esta edição contou com a parceria com o CultSP Pro, somando ainda mais no âmbito formativo deste espaço que já é um dos principais na valorização da produção audiovisual na região. Isso tudo sem contar que foi a primeira edição realizada na Sala São Paulo-Minas, a sala de cinema do Espaço Expressa, tendo a força e a relevância do audiovisual local marcado presença nesta cena pulsante, criativa e com alto nível técnico. É um orgulho ver Jundiaí se firmando como referência nesse segmento”.
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