Fios Encantados comemora três anos e mais de 15 mil peças doadas

A Associação Fios Encantados, que realiza a confecção de toucas e perucas de personagens para crianças em tratamento de câncer, comemora neste mês de abril três anos de atividade. Tudo começou em 24 abril de 2018, em uma sala da Unidade Básica de Saúde da Vila Rami, onde mulheres se reuniram com o desejo de confeccionar os itens para as crianças.  Desde então, a instituição já doou mais de 15 mil peças.

Entre as peças estão toucas, perucas, almofadas para mulheres mastectomizadas, máscaras, cachecóis, meias e gorros para idosos. A ideia do projeto foi iniciada por Mara Gisele Pereira, que é atual presidente da Associação Fios Encantados. Ela conta que conheceu a iniciativa no ABC Paulista e trouxe à Jundiaí.  “Sempre estive envolvida em diversos trabalhos voluntários e causas sociais. Esse deveria ser apenas mais um. Mas, aos poucos, somado aos esforços de todos os voluntários, ele cresceu e hoje atinge o Brasil inteiro”, conta.

Equipe do Fios Encantados (Foto: Fios Encantados)

Todo o trabalho ganhou uma nova dimensão e já entregaram toucas e perucas em dez estados do Brasil: São Paulo, Minhas Gerais, Pernambuco, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraíba, Sergipe e Ceará.“Passamos pelas capitais e por algumas cidades, quando foi possível, visitando hospitais e casas de apoio e entregando nossas toucas e perucas de personagens”, completa Mara. Só entre toucas de personagens foram 8.000 peças.

Com o crescimento da iniciativa, as voluntárias passaram a confeccionar gorros, cachecóis e meiões, que são doados para casas de repouso e aos moradores de rua, durante os meses mais frios, com as lãs e linhas que recebiam como doações, mas que não poderiam ser usadas para as toucas e perucas de personagens, já que só são usadas lãs novas, de cores específicas e antialérgicas. Somente nesta categoria, 5.000 peças já foram feitas e doadas.

Na pandemia

Apesar das limitações causadas pela pandemia, a produção não parou e se inovou com a confecção de máscaras faciais.  “Algumas voluntárias tinham a habilidade de costurar a máquina e aproveitamos isso para lançar essa frente de trabalho. Além de doarmos para pessoas que não tinham condições de comprar, ainda trocamos algumas máscaras por doação de alimentos”, explica Mara. Os alimentos passaram a ser doados para famílias em extrema situação de vulnerabilidade.  Ao todo, foram confeccionadas para doação e troca mais de 2.500 máscaras de tecido.

A presidente conta que durante a pandemia começaram a produzir almofadas em formato de coração para mulheres em tratamento de câncer no seio. “Foi durante a pandemia que uma de nossas diretoras descobriu câncer no seio. Ela passou a fazer tratamento no Hospital Pérola Byigton, em São Paulo. Fui junto com ela que nos deparamos com uma outra realidade: a das mulheres em tratamento. Em pouco tempo, outra diretora e voluntária se organizou para começar a produzir as almofadas em formato de coração, feitas com densidade específica. Colocadas sob a axila, elas ajudam muito no pós-operatório no caso da mastectomia. Já doamos mais de 300 do que chamamos ‘Corações Encantados’ e a produção continua”, explica Mara.

Doação de alimentos

Por conta da troca por alimentos, que no início eram doados apenas às famílias das crianças em tratamento oncológico em Jundiaí e Campinas, logo surgiu a “Corrente do Bem’: doação de alimentos para famílias carentes, em diversos bairros periféricos de Jundiaí e cidades da região. Foram doados até agora 16 toneladas de alimentos, algumas vezes em parceria com o Projeto “Alimentando as Ruas” e outras com doação de escolas e empresas.

Doações de alimentos entregue às famílias em situação de vulnerabilidade (Foto: Fios Encantados)

Como ajudar os Fios Encantados

As oficinas de trabalho, que aconteciam nas salas de catequese da Igreja da Vila Arens, não estão ocorrendo por conta da pandemia, mas as voluntárias continuam produzindo os itens em suas casas.

Sem patrocínio, a entidade conta apenas com doações e com a venda de recicláveis (papel, papelão, metais e plásticos), que podem ser doados na empresa Guaraú, localizada na rua Cândido Mojola, 40 – Vila Hortolândia e rua Lima, 108 – Ponte São João.

Quem quiser conhecer mais sobre a Associação, pode acessar o site,  Facebook ou Instagram.

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