
De janeiro a julho deste ano, a Divisão Florestal da Guarda Municipal de Jundiaí contabilizou um aumento de 150% nos focos de incêndios na Serra do Japi, comparado com os primeiros sete meses de 2019. No ano passado, foram combatidos 10 focos de queimadas neste período, enquanto este ano, o número saltou para 25.
Uma simples bituca de cigarro jogada nas margens das rodovias podem desencadear um incêndio de grandes proporções. Essa foi a razão apontada pela Guarda Municipal de Jundiaí de um incêndio que consumiu cerca de 10 mil metros quadrados da serra, nesta segunda-feira (27), nas proximidades do Aeroporto Estadual Comandante Rolim Adolfo Amaro, a poucos metros da Reserva Biológica.
“A suspeita é que uma bituca de cigarro jogada em local de mato seco provocou o fogo. Isso tem que ser evitado, assim como a queima de mato, lixo ou de galhos podados de árvores em regiões de vegetação”, afirma o inspetor Adilson Marestoni, chefe a Divisão Florestal da GM.
Lembrando que estamos numa época de estiagem, com a menor incidência de chuvas. Segundo a Defesa Civil de Jundiaí, a última vez que choveu na cidade foi no dia 9 de julho, além desta quarta-feira (29), que registrou uma pequena precipitação. O clima seco aumenta significativamente o risco de incêndio em vegetação.
Segundo a Divisão Florestal da GM, a Serra do Japi tem um crescimento médio de 100% nos registros de queimadas nesta época do ano, na comparação com o verão, quando as chuvas são constantes.
[tdj-leia-tambem]
Combate aos Balões
Outro fator preocupante é a queimada provocada por balões. Neste ano já foram apreendidos dois balões nos sete primeiros meses deste ano, contra seis nos 12 meses de 2019.
Ambientalistas também apontam o crescimento do agronegócio de eucaliptos outro fator preocupante na propagação de incêndios na área da Serra do Japi.
A Divisão Florestal da GM é auxiliada pelo Centro de Controle Operacional (CCO) da Corporação, através da utilização das câmeras de monitoramento que visualizam possíveis focos de incêndios e a passagem de balões pela cidade.
Barreira sanitária
Durante a pandemia do novo coronavírus, a Guarda Municipal, com apoio do Corpo de Bombeiros, realizam ações de barreira sanitária para evitar aglomerações e o uso de máscaras na Serra do Japi. Neste ano, a GM e a Polícia Militar já fizeram 80 ações do tipo no bairro Santa Clara.
A superintendente da Fundação Serra do Japi, Vania Plaza Nunes, lembra que muitas pessoas, tanto moradores de Jundiaí e região como turistas, seguem frequentando o local durante a pandemia, descumprindo o isolamento social indicado para evitar a contaminação pelo novo coronavírus e a lei ambiental.
Ela explica que estas pessoas entram em grande número pelos bairros Santa Clara e Eloy Chaves, ocasionando aglomerações e sujeira na serra. “Alguns põem fogo na mata ao queimar lixo ou restos de vegetação, sem nenhuma ideia dos impactos que um incêndio em mata pode trazer. O fogo pode matar animais e insetos fundamentais para a existência da própria Serra do Japi. Nosso maior patrimônio ambiental deve ser frequentado com obediência à lei, bom senso e respeito à fauna, à flora e às medidas tomadas contra a Covid-19”, afirma Vania.
Denuncie
Para informar focos de incêndio na Serra do Japi, o munícipe pode ligar para os telefones 153, da Guarda Municipal, ou 193, do Corpo de Bombeiros de Jundiaí.