Operação Noites Frias

Mesmo com os dias mais gelados do ano, a resistência ao acolhimento por parte da população em situação de rua continua sendo um dos maiores entraves para a rede de Assistência Social de Jundiaí.

A Operação Noites Frias, ativada quando as temperaturas mínimas chegam a 13 °C ou menos, intensificou as abordagens, mas enfrenta dificuldades principalmente no período noturno.

“A operação é reforçada sempre que as temperaturas caem, mas é importante lembrar que o acolhimento não é compulsório. Nós não podemos obrigar ninguém a aceitar o atendimento”, explica a gestora da Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS), Luciane Mosca.

“Nosso papel é garantir que todos tenham a oportunidade de serem acolhidos, com dignidade e segurança, mas a decisão final é sempre da pessoa abordada.”

Ações se intensificam com a queda de temperatura

Nos dias 23 e 24 de junho, considerados os mais frios do ano até o momento, a Prefeitura realizou uma operação emergencial com o apoio de 50 voluntários. Na terça-feira (24), foram feitas 184 abordagens, com 146 acolhimentos e 38 recusas. Já na segunda-feira (23), as equipes realizaram 85 abordagens, com 69 acolhimentos e 16 recusas.

“Tive a oportunidade de acompanhar parte dessa mobilização nas ruas na noite desta terça-feira (24), e me emocionei com as histórias de vida que encontramos e, principalmente, com a dedicação e o carinho com que cada abordagem é feita. Fiquei tocado pela dedicação que toda a equipe da UGADS, conduz toda a operação. Quero agradecer profundamente a cada servidor, voluntário e parceiro que está empenhado nesta missão de proteger vidas neste inverno”, destacou o vice-prefeito Ricardo Benassi.

Abordagens e recusa ao longo das noites

As ações são iniciadas ainda à tarde pelo Centro Pop, a partir das 14h, e seguem ao longo da noite pelo SEAS (Serviço Especializado de Abordagem Social), que atua 24 horas. No período noturno, a vulnerabilidade aumenta, sobretudo devido ao uso de álcool e substâncias psicoativas, dificultando a adesão ao acolhimento.

Entre os dias 28 de maio e 22 de junho, foram contabilizadas:

  • 1.766 abordagens
  • 1.411 acolhimentos
  • 365 recusas

Vale ressaltar que esses números referem-se a atendimentos, e não a indivíduos únicos, já que muitas pessoas são abordadas mais de uma vez.

Rede ampliada de acolhimento

Durante a Operação Noites Frias, a cidade conta com 186 vagas fixas e emergenciais, distribuídas da seguinte forma:

  • 50 vagas no Hacali
  • 50 na Casa Santa Marta
  • 40 na Casa de Passagem
  • 36 vagas emergenciais no Centro Pop
  • 10 em outros abrigos

Os acolhidos podem permanecer por períodos de 3 a 30 dias. Aqueles que aceitam iniciar tratamento têm possibilidade de permanência por até seis meses.

Kits de inverno e extensão do horário

Neste ano, os kits de proteção passaram a incluir mantas térmicas, além de toucas, meias, luvas e cobertores. O Centro Pop também estendeu seu funcionamento até às 19h, servindo como ponto de acolhimento e triagem durante as noites frias.

Quem são os atendidos

Atualmente, cerca de 250 pessoas em situação de rua estão mapeadas em Jundiaí. Em 2024, o Centro Pop registrou média de 255 atendimentos mensais. Já em 2025, entre janeiro e maio, a média foi de 210 atendimentos por mês. Apesar da leve redução, ainda não há indícios de tendência de queda.

Ação integrada e apoio da população

A Operação Noites Frias conta com apoio da Guarda Municipal de Jundiaí (GMJ) e, em casos emergenciais, também com a Defesa Civil, acionada pelo número 199.

A população pode colaborar entrando em contato com o SEAS pelo WhatsApp: (11) 98531-0146, sempre que identificar alguém em situação de vulnerabilidade.

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