
Nesta quarta-feira (3), a equipe médica do Hospital São Vicente realizou mais uma captação de órgãos para doação. O doador foi um jovem de 23 anos, morador de Várzea Paulista, que teve morte encefálica após um acidente de moto.
Assim, ao final da operação, seguiram para doação o coração, os pulmões, os rins, o fígado e as córneas, que darão uma nova chance a pacientes que aguardam na fila no Ministério da Saúde. Um avião da Força Aérea Brasileira, por exemplo, levou o coração para a Botucatu, onde um paciente compatível já vinha sendo preparado para o transplante.
De acordo com a irmã do doador, Jaqueline Neres Porto, o jovem nunca havia conversado com a família sobre doação de órgãos. Mas entraram em um consenso de que a ação agradaria o irmão mais novo.
“Sempre foi uma pessoa muito prestativa, de coração bom, que ajudava todo mundo. Por isso, eu, minha mãe e meus irmãos, tomamos essa decisão de autorizar a doação. Se ele puder ao menos salvar uma vida, já será um motivo de conforto e gratidão para nossa família. Acho importantíssimo que todos conversem sobre isso, exponham suas opiniões e entendam que a doação é um ato de amor”, relata.
Emoção do outro lado
Flauviana Maria da Silva Pina tem 50 anos, e há 22 trabalha no Hospital São Vicente. Ao saber da decisão da família do jovem doador, se emocionou ao lembrar que já esteve do outro lado. Ela diz que passou 26 anos ao lado do marido, aguardando um transplante de rim que pudesse lhe devolver a chance de ter “uma vida normal”.
Infelizmente, a trajetória do marido de Flauviana não teve um final feliz. “Por todos esses anos ele realizou hemodiálise, uma rotina cansativa. Por duas vezes ele fez o transplante, mas infelizmente teve rejeição. Não deu tempo de esperar pela terceira oportunidade. Aos 47 anos de vida ele faleceu”, lamenta.
“Essa família não pode imaginar a grande alegria que está proporcionando ao paciente que espera por um órgão. Doar é um ato de amor, doar é vida. Nós autorizamos a doação das córneas do meu marido. Deus recompensa a todos que autorizam a doação de órgãos de seus familiares com amor. Para a mãe deste rapaz, ele continuará vivendo em outras pessoas, isso tem um valor maravilhoso”, diz a funcionária do hospital.
A Comissão Intra Hospitalar de Transplantes (CITH) do Hospital São Vicente é comandado pela enfermeira Thais Fernanda Rocha. O grupo existe desde 2008 e, em 2020, foram responsáveis por 13 transplantes de 57 órgãos captados no hospital jundiaiense.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		