Reunião no Paço Municipal.
Foto: Prefeitura de Jundiaí

Pesquisadores da PUC-Campinas e representantes da Prefeitura de Jundiaí deram mais um passo importante na construção de políticas públicas voltadas ao enfrentamento do calor extremo nas cidades.

Durante uma reunião realizada recentemente, foram discutidos os próximos encaminhamentos do projeto RESFRIA, que conta agora com a participação ativa da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), além da já envolvida Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (UGPUMA).

Iniciativa científica e municipal

Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o projeto RESFRIA integra o Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP) e teve início em 2024, com previsão de três anos de duração. A proposta é aplicar o conhecimento científico na formulação de estratégias que reduzam os efeitos das altas temperaturas, por meio de ações como a ampliação de áreas verdes, requalificação urbana e o mapeamento de vulnerabilidades locais.

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Dados ambientais e de saúde orientam ações

A professora doutora Cláudia Cotrim Pezzuto, da PUC-Campinas, destacou os avanços na coleta de dados. “Nosso objetivo é fazer com que esses dados ajudem a tomar decisões dentro da cidade: onde plantar mais árvores, onde criar espaços de sombra, onde investir em melhorias para proteger as pessoas”, explicou.

Com a entrada da equipe da UGPS, o projeto passa a contar com informações valiosas sobre os efeitos diretos das ondas de calor na população. “Essas mudanças já estão acontecendo e a gente sente isso nos prontos-atendimentos, nos postos, nas internações. Trazer essas informações para o planejamento urbano é essencial”, afirmou Gerusa de Oliveira Moura Cardoso, representante da Saúde.

Integração com políticas públicas locais

A colaboração entre as secretarias e a universidade também fortalece outras iniciativas já em andamento em Jundiaí. Guilherme Theodoro Nascimento Pereira de Lima, diretor de Meio Ambiente da UGPUMA, destacou que os dados do RESFRIA vão contribuir diretamente para programas como o Plano de Bairros, Pé de Árvore, Horta Urbana e Jardim de Chuva.

Segundo o gestor da UGPUMA, André Ferrazzo, o objetivo é incluir o tema climático no planejamento legal da cidade. “Estamos começando a olhar a temperatura como critério de organização do espaço urbano. Assim como o trânsito, o barulho, o uso do solo, o calor precisa entrar nas próximas revisões do Plano Diretor. Com os dados que o projeto está levantando, teremos subsídios para isso”.

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Próximos passos do RESFRIA

O projeto encontra-se na fase de diagnóstico e mapeamento, com previsão de aplicação piloto das primeiras estratégias ainda em 2025. A expectativa é que os resultados sirvam de referência não apenas para Jundiaí, mas também para outras cidades da Região Metropolitana e do estado.

Além da professora Cláudia, participaram da reunião os pesquisadores Prof. Dr. Marcius Fabius Henriques de Carvalho e Profa. Dra. Lia Toledo Moreira Mota, a arquiteta Sylvia Angelini, alunos de mestrado e pós-doutorado, além de representantes da área da saúde.