O Complexo Fepasa receberá R$ 6,5 milhões em investimentos e recebe, a partir de agora, um novo conceito de ocupação: agregando qualidades de parque e uma inovação no nome ‘Expressa’ – originado em pesquisas e estudos realizados com pessoas que fazem uso do espaço.
O anúncio foi realizado na manhã desta sexta-feira (9), pelo prefeito Luiz Fernando Machado, durante a reabertura do Museu Ferroviário, que passou por uma revitalização – com manutenção do piso, pintura, instalação de iluminação cênica, além da reorganização e higienização do acervo – e a montagem de exposição inédita.
“Desde a aquisição do Complexo pela Prefeitura, em 2001, este é o maior investimento que realizamos no local. Trata-se de recursos para a reforma da sua plataforma de desembarque de passageiros, reformas dos telhados e obras de melhorias do passeio público, nos jardins frontais e em parte do prédio histórico. A reabertura do Museu Ferroviário simboliza o valor que damos à memória e à sua preservação”, comenta o prefeito Luiz Fernando Machado.
Já Marcelo Peroni, gestor da Unidade de Gestão de Cultura (UGC), cuja sede foi transferida para o local em 2017, explica o novo plano de ocupação. “’Expressa’ evoca o dinamismo e a tradição ferroviária deste espaço, construído a partir do final do século 19 para ser as oficinas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Mas, principalmente, este novo nome faz um aceno ao seu futuro e à sua vocação como espaço de Cultura e de criatividade”, completou.
Ainda segundo o gestor, as novidades têm como base o Plano Diretor de ocupação e uso do local, aprovado pela Prefeitura em 2020 junto aos órgãos de preservação do patrimônio histórico e cultural.
O novo conceito do Expressa é resultado de pesquisas e projetos desenvolvidos pela Allma Hub, importante parceira da Prefeitura, junto aos trabalhadores, munícipes e artistas que frequentam o local, bem como toda a população de seu entorno. “O próximo passo após a entrega do Museu será a requalificação do espaço, tornando-o uma área de convivência, uma praça-parque urbano no Centro de Jundiaí”, detalha o gestor de Cultura.
O gestor de Governo e Finanças (UGGF), José Antonio Parimoschi, ressaltou os investimentos já realizados ou em andamento para o espaço tombado. “São cerca de R$ 6,5 milhões que estão sendo investidos para a transformação do Complexo Fepasa para o novo conceito de ocupação, que agrega, não somente os valores culturais e de preservação histórica, como de convivência familiar, desenvolvimento infantil e economia criativa”, comenta.
Marcada pela emoção, a reabertura do Museu dos Ferroviários foi realizada com a presença de antigos funcionários da antiga Companhia Paulista. “Esse momento é muito emocionante. Depois de Deus, a ferrovia me deu tudo o que eu tenho, inclusive a minha família”, relatou Cláudio Savieto Zomignani, de 79 anos, que trabalhou na ferrovia de 1961 a 1985.
Ao todo, os investimentos foram distribuídos em:
- Reforma da plataforma de desembarque de passageiros (R$ 700 mil);
- Reforma do telhado do estacionamento (R$ 2,8 mi);
- Reforma do telhado do bloco histórico central (R$ 1,3 mi);
- Obras de melhorias do passeio público (derrubada do muro com a avenida União dos Ferroviários), melhoria da calçada, criação de espaço área gastronômica e de parque infantil (R$ 520 mil);
- Restauro da cobertura e dos sistemas elétrico e hidráulico do galpão 25, onde opera o Departamento de Operação de Trânsito, da Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte (UGMT), responsável pela operacionalização das ações de sinalização e fiscalização de trânsito (R$ 1,18 mi);
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Além disso, há a previsão de mais de R$ 25 milhões em investimentos de obras para melhoria do passeio público nos jardins frontais e a revitalização dos prédios históricos, solicitados junto à Corporação Andina de Fomento (CAF) do Banco de Desenvolvimento da América Latina.
A reforma do espaço está integrada ao Plano de Requalificação e Reabilitação do Centro Histórico que contará com outros R$ 50 milhões em investimentos. O Expressa estará conectado com o calçadão da rua Barão de Jundiaí, por meio da rua São Bento, onde se encontram a Pinacoteca Municipal, o Teatro Polytheama, o Museu Histórico e Cultural – Solar do Barão e o Centro das Artes, que também passa por obras e melhorias.
O Expressa conta com mais de 111 mil metros quadrados, sendo 46 mil de área construída em 34 edificações, o Expressa é o único patrimônio cultural municipal, com tombamento em nível federal, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O Museu
A exposição da reabertura do Museu tem como tema “A Ferrovia muito além dos trilhos”. De acordo com o diretor do Departamento de Museus da UGC, Paulo Vicentini, a exposição “aborda os aspectos menos conhecidos das ferrovias, que são os ferroviários. E entre eles não somente os maquinistas, mas também as mulheres, fundamentais em certos segmentos”.
A exposição é dividida em Estações, com objetos, fotos, documentos e material multimídia, como entrevistas com depoimentos. A primeira Estação expõe a instalação das ferrovias no mundo. Na sequência, é tratada a instalação delas na América Latina e no Brasil. Em seguida, é a vez de falar da realidade de Jundiaí, para onde confluíram as linhas rodantes da Paulista, Santos-Jundiaí, Bragantina, Itatibense, Ituana e Sorocabana.
Assim como os demais equipamentos culturais municipais, o Museu Ferroviário funciona de terça a domingo, e feriados, das 10h às 17h.
Programação cultural
A nova ocupação do Expressa, bem como as atrações gratuitas propostas pela Prefeitura para o local, será norteada com base em 5 eixos, definidos pela letra C: Cidade e Cidadania, Comida, Convivência, Criança e, obviamente, Cultura.
A primeira dessas programações gratuitas já será realizada neste sábado (10), das 10h às 18h. “Como Jundiaí é a Cidade das Crianças, esta primeira atividade será dedicada a elas. Também estão previstas diversas apresentações e intervenções artísticas, além de atividades que promovem o contato com a natureza, norteadas pelo conceito “Slow Kids”, que defende a desaceleração da rotina da criança e a valorização do tempo livre na infância”.
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